Slide
  • Posse: 18/03/2014 - (3º ocupante)
  • Fundador: Frederico Perry Vidal
  • Patrono: Fr. Dom Antônio Manoel de Vilhena
  • Antecessor: D. Antonio Maria Muciolo

Acadêmico

 

28 Domingos Zamagna e088a

DOMINGOS ZAMAGNA - Nasceu em Belo Horizonte - MG.; em 19 de janeiro de 1945.

Titular da Cadeira nº 28, sucedendo a D. Antonio Maria Muciolo, tomou posse em 18/3/2014, sendo saudado pelo acadêmico Luiz Eduardo Pesce de Arruda.

 

Formação:

Realizou quase todos os estudos em colégios católicos, a começar pelo tradicional Colégio Arnaldo, dos Padres do Verbo Divino, prosseguindo-os em escolas dos Dominicanos e dos Jesuítas. Foi aluno de dois marcantes professores que se tornaram ministros da República: Murilo Avelar Hingel (Educação) e Aluísio Pimenta Cultura).

 

Na adolescência recebeu algumas influências que certamente orientaram sua vida:

Dra. Helena Antipoff, sua vizinha em Belo Horizonte, grande educadora e renovadora da pedagogia no Estado de Minas;

Seu irmão mais velho, jornalista da equipe de Carlos Lacerda, e dos jornalistas de “O Diário” da capital mineira: Aires da Matta Machado Filho, Celso de Melo Azevedo (futuro prefeito de Belo Horizonte);

Edgar de Godoy da Matta Machado (futuro deputado federal e senador da República) e João Camilo de Oliveira Torres. Grande influência também de Fr. Martinho Penido Burnier, sacerdote e exegeta dominicano, jornalista, pioneiro na TV brasileira desde os anos 50, com o notável programa semanal – Caleidoscópio – na TV Itacolomi. Deste último recebeu definitiva influência para dedicar-se ao jornalismo e o gosto pelos estudos bíblicos e linguísticos.

 

No final da década de 60 foi para São Paulo, onde fez os estudos universitários (Letras, Filosofia, Jornalismo) na USP e na PUC, desde a Graduação até a Pós-graduação.

Passou os anos 1970-76 na Europa (Suíça, Itália, Áustria e França) fazendo especializações e complementações acadêmicas.

De volta ao Brasil, trabalhou 18 anos da TV Globo de São Paulo e do Rio de Janeiro como jornalista (Editoria de Educação e Cultura) e como roteirista na Fundação Roberto Marinho.

Nos anos 90 trabalhou no jornalismo político, que o aproximou de prefeituras, Câmara dos Vereadores de São Paulo e Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Com a criação do Movimento DEGRAU, iniciativa da ACSP – Associação Comercial do Estado de São Paulo e da REBRATES – Rede Brasileira do Terceiro Setor, dedicou-se ao trabalho de inclusão social de jovens aprendizes (em situação de vulnerabilidade social) no mundo dos valores do trabalho.

Foi um convite da ACSP, na qual trabalhou até 2014 como jornalista do jornal Diário do Comércio e Editor da revista DIGESTO ECONÔMICO.

Durante todos os anos em que trabalhou como jornalista nunca deixou de lecionar em diversos centros universitários: PUC-SP, UNIFAI, Faculdade de São Bento, UNISAL (Universidade Salesiana), Instituto Bartolomeu de Las Casas e FAPCOM (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação).

Além do jornalismo e do magistério, desenvolveu também o trabalho de tradutor para as editoras Vozes, Paulus, Siciliano, Duas Cidades, e a CNBB, onde, nos últimos cinco anos, integrou a equipe de tradutores e revisores do novo Missal da Igreja Católica (Missale romanum, Editio Typica, Typis Poliglottis Vaticanis, 1973).

Casado com a artista plástica Anna Dorsa, têm dois filhos, Francesca e Paulo, formados respectivamente em Cinema (FAAP) e Comunicação Social (Faculdades Rio Branco); ambos atualmente residem e trabalham no exterior (Londres). 

Acadêmico anterior


Posse: 09/06/2008 - (2º ocupante)


antonio maria mucciolo 9399e(1923-1912)Dom Antonio Maria Mucciolo, mais conhecido por Dom Antonio ou Dom Mucciolo, nasceu na cidade de Castel San Lorenzo, na região da Campania, província de Salerno, na Itália, em 1o de maio de 1923. Foram seus pais Francesco Mucciolo e Angelina Passaro Mucciolo. Veio ainda criança para o Brasil, instalando-se com sua família no interior do estado de São Paulo.

Contando com 14 anos, precisamente em 1937, sentiu-se chamado à vocação religiosa, ingressando no Seminário de Botucatu. Lá estudou 12 anos humanidades, filosofia e teologia, que culminaram com a sua ordenação sacerdotal, em 4 de novembro de 1949, pelas mãos do afamado Dom José Carlos de Aguirre (1880-1973), primeiro bispo de Sorocaba.

Padre Antônio Maria Mucciolo exerceu o ministério sacerdotal por 27 anos, sendo escolhido pelo Papa São Paulo VI (1897-1978), cujo nome de batismo era Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, para ser bispo da Diocese de Barretos. Assim, foi sagrado bispo pelo núncio apostólico do Brasil, Dom Carmine Rocco (1912-1982). Seu lema episcopal foi: “Sentire cum Ecclesia” – “Sentir com a Igreja”.

Dom Antonio Maria Mucciolo dirigiu a Diocese de Barretos por 12 anos, ocasião em que além das tarefas pastorais, apoiou a construção do Hospital de Barretos, hoje, renomado centro nacional de tratamento do câncer. Ademais, construiu também A Cidade de Maria, experiência única, no Brasil, voltada à evangelização.

Posteriormente, assumiu novas funções. Designado pelo Papa São João Paulo II (1920-2005), cujo nome de batismo era Karol Józef Wojtyła, tornou-se o terceiro arcebispo de Botucatu, missão que exerceu por 11 anos, até atingir o limite de idade consentida pelo Direito Canônico da Igreja, que é de 75 anos. Na ocasião, ofereceu renúncia ao cargo, que foi aceita pelo Papa São João Paulo II, em 7 de junho de 2000, tornando-se bispo emérito de Botucatu.

Dom Mucciolo era conhecido comunicador. Foi o fundador da Rede Vida de Televisão, juntamente com João Monteiro de Barros Filho. Exerceu o cargo de presidente da Rede Vida, desde a sua fundação e mantinha um programa de entrevistas chamado “Frente a Frente com Dom Antônio”, além de inúmeras participações especiais.

Dom Antonio Maria Mucciolo foi membro da Academia Botucatuense de Letras. Ingressou, em 9 de junho de 2008, como o segundo ocupante da cadeira no 28 da veneranda Academia Cristã de Letras. É de sua autoria a obra: Lembranças da Minha Vida (2011).

Faleceu, em 29 de setembro de 2012, aos 89 anos vítima de falência múltipla dos órgãos, após ter sido internado por problemas cardíacos e renais no Hospital Sírio-Libanês.


 Texto feito pelo acadêmico Helio Begliomini, segundo ocupante da cadeira no 10 da Academia Cristã de Letras, tendo por patronesse Marie Barbe Antoinette Rutgeerts van Langendonck.

Fundador


Posse: 25/05/1976 - (1º ocupante)


Frederico Perry Vidal(1932-2007)Um dos fundadores da ACL, tomou posse da cadeira nº 28 em 25 de maio de 1976. Nasceu em Lisboa aos 17 de dezembro de 1932, filho de Federico Gavazzo Perry Vidal e Maria Dinorá Pereira de Sá Perry Vidal. Formado em Ciências Históricas e Filosóficas, em Lisboa, exerceu o magistério no Colégio Salesiano (Estoril) e no Colégio da Cidadela (Cascais). Ocupou-se também de funções pedagógicas no Ministério da Educação Nacional. Como bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Mott, fez estudos especializados de pedagogia nos Estados Unidos, na Universidade de Flint (Michigan).

Quando residiu em Moçambique, entre 1971 e 1974, foi jornalista e diretor de empresas jornalísticas em Lourenço Marques (hoje Maputo).

Em 1974 transferiu-se para o Brasil e foi um patriota dos mais destacados e estimado líder da comunidade portuguesa em São Paulo, trabalhando como Diretor-adjunto das empresas Bloch e de outras empresas. Exerceu ainda as funções de Presidente da Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes de São Paulo (criada em 1980); Diretor cultural do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo; Membro do Conselho de Administração da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil. Como escritor, seu livro mais conhecido é Os enigmas n’Os Maias” (1995/2001), mas escreveu vários ensaios, a maior parte sobre Eça de Queirós. Da lista de alguns outros títulos pode-se ter noção da extensão de seus interesses: Luiz da Câmara Cascudo, Lembranças de Portugal, Santo Antônio de Lisboa, Protetor do Rio de Janeiro, O sentido profético d’Os Lusíadas, Tentando falar português claro, Eu, luso-paulistano, me confesso.

Faleceu em São Paulo, aos 6 de junho de 2007, aos 74 anos.

 

Patrono

 

Dom Antônio Manoel de Vilhena(1663-1736)Da boa terra portuguesa, que nos legou seu maravilhoso idioma, vieram alguns dos governantes de uma das mais antigas ordens hospitalares, a Ordem de Malta.

Dos 78 grandes-mestres que até hoje governaram a Ordem, já nove vezes centenária, quatro deles são portugueses. O primeiro foi o príncipe Dom Afonso, que entre 1202 e 1206 governou a instituição, então sediada em Acre, depois da sua expulsão de Jerusalém por Saladino.

Em 1622, e apenas por um ano, já com a Ordem sediada em Malta, um outro português voltou a ocupar o posto máximo. Foi ele Luís Mendes de Vasconcelos, politico, escritor, mas sobretudo militar. Tornou-se o 55º grão-mestre, depois de carreira militar pelo Oriente e na África, tendo sido governador de Angola por quatro anos.

O último português a ocupar o grão-mestrado foi Manoel Pinto da Fonseca, 68º grão-mestre entre 1741 e 1773. Monarca do Século das Luzes, fundou a Universidade e a Biblioteca Pública de Malta, foi bom tocador de obras. Mas os seus últimos anos foram marcados por um “despotismo esclarecido”, razão pela qual a sua morte não foi lamentada nem pelos cavaleiros da Ordem nem pela população da ilha.

O português mais conhecido e reconhecido, porém, foi o Patrono de nossa cadeira nº 28, o lisboeta Manoel de Vilhena, nascido em 26/5/1663. Eleito pelo voto direto, foi grão-mestre entre 1722 e 1736 (13 anos). Sua integridade na administração da ilha e da Ordem, fez dele um dos mais notáveis no cargo. Foi uma existência dedicada a melhorar a vida do povo; um baluarte na criação de entidades filantrópicas, hoje chamadas de Terceiro Setor, na tradição das ordens hospitalares, dede o século 11.

Vivendo num país de expressão cultural tão diferente de Portugal, Manoel de Vilhena foi sempre um cultor do idioma português. Dentre as suas obras mais monumentais destaca-se o Teatro Manoel, de 1731, que construiu para promover as artes, conhecido como o segundo mais antigo teatro da Europa ainda hoje em utilização.

Grande figura da Europa do século, na época em que a Ordem de Malta ainda era inclusive uma potência militar, Manoel de Vilhena empenhou-se em trabalhar pela libertação dos prisioneiros e escravos cristãos caídos em mãos das potências muçulmanas, sem descuidar, pela ação naval no “Grande Mar”, como foi chamado o Mediterrâneo, da defesa e da paz nesta enorme bacia.

Manoel de Vilhena fez aquilo que ousaríamos esperar de todo governo: promoveu reformas substantivas, recodificou o direito público, simplificou as leis, reduziu impostos, assegurou fundos para a sustentabilidade e autonomia das instituições, garantiu abastecimento de víveres a baixos preços, nenhum pobre ficou desamparado.


Faleceu em 10/12/1736.

Discurso de recepção

 Discurso de recepção - Cadeira nº 28

Discurso de posse

Discurso de posse - Cadeira nº 28