Acadêmico
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
IVES GANDRA DA SILVA MARTINS: Nasceu em São Paulo no dia 12 de fevereiro de 1935.
Renomado jurista brasileiro com reconhecimento internacional, professor e poeta.
Aos 19 anos de idade ganhou o prêmio ESSO do IV Centenário de São Paulo.
Em 1958, bacharelou-se em Direito, pela USP. Entre 1962 e 1964, foi Presidente do Partido Libertador em São Paulo. Em 1970, obteve o título de Especialista em Direito Tributário, pela Faculdade de Direito da USP. Em 1971, obteve o título de Especialista em Ciência das Finanças, pela mesma faculdade. Em 1982, tornou-se Doutor em Direito, pela Universidade Mackenzie.
É Professor Emérito das Universidades:
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do CIEE/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército – ECEME e Superior de Guerra – ESG.
Professor honorário das Universidades:
Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia).
Doutor Honoris Causa:
Universidade de Craiova (Romênia) e PUC-PR e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal).
Presidente do Conselho Superior de Direito da FECOMERCIO/SP.
Fundador e Presidente honorário do Centro de Extensão Universitária - CEU/ Instituto Internacional de Ciências Sociais-IICS.
Acadêmico de 31 outras Academias, entre elas:
Academia Paulista de Letras;
Academia Paulista de Educação;
Academia Paulista de História;
Academia Brasileira de Letras Jurídicas;
Academia Brasileira de Direito Tributário;
Academia Brasileira de Direito Constitucional;
Academia Brasileira de Filosofia;
Pen Clube;
Academia Internacional de Direito e Economia e,
Academia Internacional de Cultura Portuguesa (Lisboa) (Correspondente).
Publicações:
Mais de 80 livros individuais e
300 coletivos publicados em 21 países, a saber: México, Alemanha, Angola, Argentina, Bahamas, Bélgica, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Inglaterra, Japão, Peru, Portugal, Romênia, Rússia, Taiwan e França.
A personalidade de Ives Gandra foi muito bem descrita por Samuel Pfromm Netto, em discurso de recepção na própria ACL: "Há pessoas cuja vida luminosa, produtiva e exemplar é de uma riqueza tamanha que nenhum discurso, por extenso que seja, pode fazer justiça a tudo quanto a nobilita e a faz digna de admiração e emulação. Perante vidas assim, vence-nos a penosa sensação de que, por mais que exaltemos os seus méritos, por mais que ressaltemos suas múltiplas realizações, por mais que louvemos a nobreza do caráter, a seriedade de propósitos e a fecundidade das idéias e as realizações dessa pessoa, não faremos mais do que acenar para um número muito limitado dos sobejos motivos que a fazem merecedora da nossa estima, do nosso respeito e da nossa gratidão (...) esse lidador infatigável sabe ter tempo para seus queridos: é esposo afetuoso de dona Ruth Vidal da Silva Martins — a quem rendemos a nossa respeitosa homenagem —, é pai extremoso e filho que foi muito ligado aos seus pais, os saudosos José da Silva Martins e dona Alay Gandra Martins, além de ser o irmão dedicado de seus não menos admiráveis irmãos João Carlos e José Eduardo Martins".
Por fim, demostrando que a missão da ACL se compatibiliza com a luta de Ives Gandra, Samuel Pfromm Netto, no mesmo referido discurso, fez por bem citar João de Scantimburgo, no seguinte sentido:
Católico admirável, deve ser incluído na galeria dos moralistas teológicos que vêm defendendo, através das idades, o depósito da Revelação... Como ardoroso moralista, nesse expresso e religioso sentido, Ives Gandra da Silva Martins é um lutador pela liberdade da pessoa, como ficou patenteado nas suas reflexões neste livro e patenteado está em toda a sua obra, na sua luminosa vida.
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Fundador
Adérito Augusto de Moraes Calado
Posse: 24/10/1974 - (1º ocupante)
Sobre Adérito Augusto de Moraes Calado, emérito co-fundador da ACL, do texto denso do discurso de recepção proferido pelo acadêmico Antonio Lafayette Natividade Silva (titular da Cadeira 03 da ACL), é possível extrair palavras que representam a radiografia de sua personalidade maiúscula:
“Sonhador anônimo, cultor das letras, artífice de uma obra sem pretérito, vem semeando ao longo do seu caminho as searas de luz e os frutos da cultura.
Nascido aos 8 de outubro de 1915, em Bemposta –Província de Trás-os-Montes, Portugal-, Adérito Augusto de Moraes Calado, filho de Antonio Maria Fidalga e Maria Olímpia de Moraes Calado, veio para o Brasil, pequenino ainda, em abril de 1917” (p. 27);
“Mais tarde, aos 23 de outubro de 1943, Adérito Calado, recebia como esposa, D. Maria Luiza de Moraes Azevedo Calado, (que a foi encontrar no lar profundamente cristão de José Lopes de Azevedo e Maria Corrêa Pereira de Moraes Azevedo), e de quem teve os filhos Adérito Augusto de Moraes Calado Júnior, casado com Kimiya Nagami Calado; e Maria da Penha de Moraes Azevedo Calado.
Quando em 1934, depois de ter completado no Instituto D. Ana Rosa, os cursos Primário, Complementar e Profissional, passou para o Colégio Rio Branco, e, finalmente, em 1937, para a Escola de Comércio Álvares Penteado” (p. 27);
“Sua experiência na luta do dia a dia, também, não é menor em importância, pois foi Secretário do Instituto D. Ana Rosa, de 1936 a 1938, aparecendo ainda, em cargos de chefia desde 1949, como funcionário da “São Paulo” Companhia Nacional de Seguros.
Além do mais, tem militado nas lides da imprensa desde os bancos escolares do Instituto D. Ana Rosa, em 1931, como Redator de “O Nosso Jornal”, depois, em 1934, com fundador e diretor de “A Cruz”, órgão da Congregação Mariana do referido colégio, então filiado à Associação Jornalística Católica e, em 1937, na revista “IDAR”, da qual foi o seu criado e principal dirigente.
Mais tarde, durante o período de 1949 a 1966, vamos novamente encontrá-lo como Redator da Revista “Atualidades” da “São Paulo” Companhia Nacional de Seguros, e, finalmente, como Secretário e Redator-Chefe de “Vida Rotária” da Fundação de Rotarianos de São Paulo, de 1949 a 1955.
De 1963 a 1964, trabalhou na organização e orientação da revista “Braminas”, publicação da Companhia de Seguros “MINAS-BRASIL” (p. 28);
“Somos aquele a quem marcou o destino, no tempo universal, como marcou você, no espaço da Primavera, concebendo-lhe a primeira lágrima a 8 de outubro de 1915; o novo futuro, a 23 de outubro de 1943, com o seu feliz casamento; em outubro de 1962, pelo lançamento de seu precioso livro; e no cantar das cigarras, neste outubro de 1974, quando nos reunimos esta noite, para recebe-lo com toda a Primavera do seu coração e todas estações da nosso amizade, respeito e carinho” (p. 33).
Importa ressaltar na personalidade de Adérito Calado seu exemplo de vida, o modelo de homem de trabalho sistemático, sua maneira de ser de cristão, sem exibicionismos, sempre solícito, natural, claro, transparente, fidalgo, amigo, culto, fazendo-se presente sem se impor e impondo-se por força de sua maneira de ser.
O exemplo cristão viveu-o, como homem de letras, como profissional, como pai de família, como esposo e como devoto seguidor das lições do Mestre. Calado santificou-se, felizmente, numa dimensão de um trabalho perfeito e de escala social mais abrangente, com o que o seu exemplo permanece não só entre seus confrades que o conheceram, mas entre aqueles que receberam suas lições através de seus escritos.
Adérito Augusto de Moraes Calado ingressou, em 24 de outubro de 1974, como fundador da cadeira no 23, tendo escolhido para seu patrono Dom Duarte Leopoldo e Silva (1867-1938). Nesse sodalício atuou como secretário em cinco mandatos (1976-1977; 1978-1979; 1980-1981;1982-1983; e 1986-1987).
É de sua lavra a obra: João Augusto de Toledo – Uma Vida Consagrada à Instrução Pública (1986).
Patrono
Dom Duarte Leopoldo da Silva
Dom Duarte Leopoldo e Silva (Taubaté, 4 de abril de 1867 — São Paulo, 13 de novembro de 1938) foi um sacerdote, segundo bispo de Curitiba, décimo terceiro bispo de São Paulo e seu primeiro arcebispo. Era conde romano e assistente ao sólio pontifício.
Era filho do português Bernardo Leopoldo e Silva e de Ana Rosa Marcondes Leopoldo.
Realizou seus primeiros estudos na terra natal. Tendo desejado seguir a carreira de Direito, ingressou no curso preparatório da Faculdade de Direito de São Paulo. Mudando de ideia, resolveu cursar Farmácia, na Faculdade Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. Tendo ficado doente, desistiu do curso e retorno à casa paterna, a esta altura em Caçapava, quando, então, manifestou, sua vocação sacerdotal. Tendo procurado o Seminário Episcopal de São Paulo, não foi bem recebido, mas, insistindo, acabou matriculado em 1887. Como já possuía uma cultura destacada para a época, tornou-se professor.
Foi ordenado por Dom Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, na Capela do Seminário Episcopal de São Paulo, a 30 de outubro de 1892. Sua primeira missa foi celebrada em Caçapava. Após a ordenação, foi nomeado coadjutor de Jaú, depois, foi o primeiro pároco de Santa Cecília, em São Paulo. Muito trabalhou para a criação das paróquias da Lapa e Água Branca. Foi agraciado com o título de Monsenhor Prelado Doméstico .
Foi indicado bispo de Curitiba a 10 de maio de 1904, aos 37 anos. Foi sagrado bispo, no Colégio Pio Latino Americano, em Roma, no dia 22 de maio de 1904, sendo sagrante principal Dom Rafael Cardinal Merry del Val y Zulueta, e como um dos consagrantes Dom Silvério Gomes Pimenta, bispo de Mariana. A 2 de outubro de 1904 tomou posse da sua extensa diocese, que abrangia o território de Santa Catarina. Procurou, então, aumentar o número de padres, instalou congregações religiosas, criou paróquias, hospitais e escolas. Por dois anos serviu ele a Igreja de Curitiba, até que a 18 de dezembro de 1906 foi indicado para a Sé de São Paulo, da qual tomou posse a 14 de abril de 1907, aos 40 anos. A 7 de junho de 1908 o Papa São Pio X, atreves da bula ‘’Diœcesium nimiam amplitudinem’’ criou a Província Eclesiástica de São Paulo, elevando a sede a arquidiocese. A posse de Dom Duarte como arcebispo, foi a 11 de outubro de 1908, na velha sé, tendo recebido o pálio a 29 de junho de 1909, em Petrópolis, onde ficava a sede da Nunciatura Apostólica. Dom Duarte foi arcebispo de São Paulo até 13 de novembro de 1938, quando veio a falecer, aos setenta e um anos.
Descrição: Escudo eclesiástico talhado: o 1º de sinopla com o monograma da Virgem Maria, composto pelas letras M e A sobrepostas, de argente, com resplendor de jalde; o 2º de goles com um leão de jalde, armado e lampassado de blau – Armas modificadas dos Silvas. Brocante sobre o traço do talhado, uma barra de blau, perfilada de jalde, carregada de sete estrelas de cinco pontas, do mesmo. O escudo está assente em tarja branca, na qual se encaixa o pálio branco com cruzetas de sable. O conjunto pousado sobre uma cruz trevolada, de dois traços, de ouro, com um coronel de Conde, entre uma mitra de prata adornada de ouro, à dextra, e de um báculo do mesmo, a senestra, para onde se acha voltado. O todo encimado pelo chapéu eclesiástico com seus cordões em cada flanco, terminados por dez borlas cada um, tudo de verde, forrado de vermelho. Brocante sob a ponta da cruz um listel de blau com a legenda: IPSE FIRMITAS ET AVCTORITAS MEA de jalde.
Interpretação: O escudo obedece às regras heráldicas para os eclesiásticos. O campo de sinopla (verde) representa: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade. O monograma lembra a Virgem Maria e traduz a confiança e a devoção filial do bispo que colocou toda a sua vida sacerdotal sob a proteção da Mãe de Deus, sendo de argente (prata) simboliza a inocência, a castidade, a pureza e a eloqüência, virtudes essenciais num sacerdote, os resplendor nos lembra que a Virgem é a Aurora da Salvação e sendo de jalde (ouro) traduz nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio. No segundo estão as armas da família Silva, com seus esmaltes modificados, pois originalmente são de argente com um leão de púrpura, sendo que por seu campo goles (vermelho) simboliza o fogo da caridade inflamada no coração do Cardeal pelo Divino Espírito Santo, bem como, valor e socorro aos necessitados; o leão é símbolo da fortaleza do soldado cristão e sendo de jalde (ouro) tem o significado já descrito acima. A barra, ou contra-banda, de blau (azul) representa o firmamento celeste e ainda o manto de Nossa Senhora, sendo que este esmalte significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza; as estrelas representam os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus, com os quais ilumina os bispos no governo da Igreja, sendo de jalde têm o simbolismo deste metal, já acima descrito. O pálio demonstra a dignidade arquiepiscopal.
O lema: "Ele (Cristo) é a minha força e autoridade", de inspiração agostiniana, traduz a submissão total do arcebispo à vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, em nome de quem exerce seu ministério sacerdotal.
Dom Duarte Leopoldo e Silva, de início, procurou dar um governo racional à diocese , dividindo seu extenso em regiões. Com a criação da arquidiocese em 1908, foram também criadas as dioceses de Botucatu, Campinas, Ribeirão preto, São Carlos e Taubaté; o que lhe diminuiu muito o território. Tendo sagrado a igreja de Aparecida ,o arcebispo solicitou, em 1907, à Santa Sé a sua elevação ao grau de basílica, o que foi concedido pelo Papa São Pio X, por breve de 5 de setembro de 1909. Em 1910 mudou-se do antigo Palácio Episcopal, então instalado no ‘’Solar da Marquesa de Santos’’, para o Palácio São Luís, por ele adquirido. Em 29 de junho de 1913, lançou a pedra fundamental da nova catedral de São Paulo. No auge da riqueza de São Paulo, o arcebispo pode contar com o apoio dos barões do café , que muito o auxiliaram nesta empreitada. Foi literato de reconhecida envergadura e grande historiador, tendo publicado diversas cartas pastorais, sermões e textos diversos. Empreendeu inúmeras visitas pastorais, preocupando-se sempre com a atenção espiritual aos seus súditos diocesanos. Empenhou-se na fundação de casas religiosas na arquidiocese, sendo que em 1921 inaugurou o convento das carmelitas, em Perdizes, quando também recebeu as freiras sacramentinas. Preparou e realizou o ‘’Primeiro Congresso Eucarístico de São Paulo’’, em 1915; o ‘’Congresso Eucarístico Nacional’’; de 1922; o ‘’Congresso da Mocidade Católica’’, de 1928; e o ‘’Congresso Mariano’’, de 1929. Criou o ‘’Museu da Cúria de São Paulo’’ que deu origem, mais tarde, ao Museu de Arte Sacra de São Paulo. A 1 de abril de 1918 fundou o ‘’Arquivo Geral da Cúria de São Paulo’’, que depois tornou-se o Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva, sob direção do cabido metropolitano.
Dom Duarte construiu o magnífico ‘’Palácio da Cúria’’, demolido em 1972. Preocupado com a liturgia, com a arte sacra e , especialmente com a música, nomeou, em 1908, o maestro Fúrio Franceschini como mestre de capela da catedral metropolitana. Reformou o cabido, dando-lhe novos estatutos, que lhe adaptavam à nova condição de ‘’metropolitano’’. Durante a epidemia de gripe espanhola de 1918, foi intensa a atuação de Dom Duarte e de parte clero paulista, especialmente dos beneditinos na atenção às vítimas. Dom Duarte criou, nesta ocasião, quatorze hospitais adaptados na cidade. Em 22 de maio de 1929 inaugurou o "Recolhimento São Pedro’’ para os padres idosos. Em 1938 instalou a obra da ‘’Adoração Perpétua’’, na igreja de Santa Ifigênia, sob os cuidados dos padres sacramentinos. Procurando reduzir o tamanho da arquidiocese, para melhor atender as almas, incentivou a criação das novas diocese de Bragança Paulista e Cafelândia. Tendo se preocupado muito com a formação do seu clero, Dom Duarte sempre deu muita atenção ao ‘’Seminário Menor de Pirapora’’ e ao ‘’Seminário Provincial’’, na Freguesia do Ó, mas sempre desejou algo mais perfeito, mais condizente com a grandeza da cidade e da arquidiocese. Com muito esforço pessoal e com o apoio do conde José Vicente de Azevedo, o Seminário Central da Imaculada Conceição, no bairro do Ipiranga, foi inaugurado no dia 19 de março de 1934.
Discurso de recepção
Discurso de recepção - Cadeira nº 23
Discurso de posse
Discurso de posse - Cadeira nº 23