Helio Begliomini
Ensaios, Crônicas, Cartas e Prefácios
Expressão & Arte Gráfica, São Paulo – 2010,
164 páginas.
Classificado entre os “Livros do Ano de 2010” pela Câmara do Livro da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias (Rio de Janeiro) – medalha de ouro.
Prefácio I: Afiz Sadi
Uma coletânea de artigos, cartas, assuntos os mais variados surgidos e publicados, sob forma de livro, constituindo um excelente opúsculo extraído da pena e do cérebro deste privilegiado urologista, médico jovem, predestinado por Deus a ofertar pensamentos, obras do mais elevado teor cultural a nós outros, pobres mortais sedentos de conhecimentos filosóficos mesclados com odes, poemas e prosas da atualidade, da modernidade, conferindo com o que dizia, no passado, marquês de Maricá: “Os mundos e sistemas solares concebidos na divina mente e realizados pela onipotência do ser supremo têm como os ovos animais e as sementes vegetais um desenvolvimento lento progressivo e variado, até chegarem por muitos e inumeráveis milênios àquele grau de madureza e plenitude em que, se dissolvendo, se resolvem nas substâncias elementares de que foram formados e que servirão de materiais para novos mundos e sistemas solares!”.
Ao conceber de Helio Begliomini essa obra variada, lenta, longamente desenvolvida na “Entressafra” de uma literatura variegada, singela, agradável que relembra aos estudiosos e doutos recordações do mais elevado conceito, que normalmente se prendem nos escaninhos cerebrais, e por felicidade encontram espaço, liberdade e imagens nos trabalhos exaustivos dessa coletânea proposta e criada por esse brilhante acadêmico e médico urologista, Helio Begliomini.
Penso, dessa forma, e creio que qualquer bibliófilo se agradaria com a leitura oferecida por Begliomini, que, embora pareça simples, na realidade, nas suas entrelinhas tem muito de conhecimento, literatura e filosofia. Recomendo o trabalho sempre agradável quando escrito e ofertado por Helio Begliomini.
Afiz Sadi[*]
[*]Fez doutoramento e livre-docência em 1955, na Escola Paulista de Medicina, hoje, Universidade Federal de São Paulo – Unifesp. Foi professor titular de urologia da Unifesp (1964 -1994); da Faculdade de Ciências Médicas de Santos (1967-1974) e paraninfo de sua 1o turma, em 1972. Foi também professor titular de urologia na Faculdade de Medicina do ABC (1972-1976) e diretor dessa escola de 1973-1974.
Foi fundador da Residência Médica, em 1962, da Escola Paulista de Medicina, e da Pós-Graduação em urologia, em 1975. Presidiu a Comissão de Ética Médica e Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) nacional (1976-1977); departamento de urologia da Associação Paulista de Medicina (APM); e a seccional de São Paulo da SBU (1986-1987).
Foi presidente da Academia Cristã de Letras por dois mandatos (1988-1989 e 1990-1991). Ocupa a cadeira no 40 desse sodalício, hoje, na condição de presidente emérito, sendo seu patrono Gibran Kalil Gibran.
É membro honorário da Academia de Medicina de São Paulo, Academia de Medicina de Minas Gerais e da Academia Nacional de Medicina; e membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo e da Sociedade Brasileira de Urologia.
Dentre suas 40 comendas recebidas, destacam-se: medalha da Marinha Brasileira e da Independência da República Árabe Síria; Gran Cruz de mérito nacional; menções honrosas em poesias da Câmara Municipal de São Paulo e medalha Anchieta da Assembleia Legislativa de São Paulo. É autor de 10 livros de urologia e 12 livros de poesia e prosa.
Prefácio II: Carlos Rolim Affonso
Neste livro, para o qual fui convidado a fazer o prefácio, o autor, Dr. Helio Begliomini, põe de manifesto sua verve de escritor, médico, professor, filósofo, pesquisador e tantas outras habilidades.
Foi bom e gostoso ler e apreender o conteúdo de cada um de seus capítulos, máxime aos que abordam temas relacionados com a Ética, com a Valorização da Vida e com a História dos mais variados assuntos.
Impressionou-me a facilidade e profundidade com que trata de assuntos complexos, tais como: família, eutanásia, aborto, qualidade de vida, verdade e vida interior.
Descortina-se em seus escritos uma certa inquietação espiritual, movida por uma preocupação com os fatos concretos de uma negativa realidade materialista, hedonista e consumista.
O emocionante diálogo virtual mantido com uma senhora da cidade Paulista de Guaratinguetá, portadora de um certo tipo raro de esclerose, dá bem a dimensão da generosidade e de fé desse médico-escritor de ENTRESSAFRA.
Não deixa, o autor, de fazer referências contundentes a desvios de conduta de profissionais que atuam nos mais diversos campos da atividade humana.
As citações de grandes autores – escritores, poetas, filósofos, dramaturgos e outros – em muitos dos capítulos deste livro revelam, de certa forma, um outro aspecto do literato Helio Begliomini – a sede de sabedoria.
Cito, a propósito, o que escreve sobre J.W. Goethe (página 124) por ser autor de um livro (Werther) que tive a oportunidade de ler, na distante década de 50, de onde tirei uma frase que nunca mais esqueci e que pode muito bem ser aplicada ao que Helio Begliomini também pensa: "Bem sei que não somos iguais e que não o podemos ser. Mas, acho que aquele que pensa ser necessário afastar-se do que se chama o povo, para fazer-se respeitar, é tão censurável quanto a um covarde que se esconde diante do inimigo porque tem medo de sucumbir".
Por tudo que tem de sinceridade, humildade no ENTRESSAFRA, recomendo a sua leitura, principalmente para aqueles que, no quotidiano de suas vidas, praticam as mesmas virtudes.
Carlos Rolim Affonso[*]
[*] Foi professor de estatística aplicada à educação e à psicologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP, 1956-1982). Diretor do Instituto Pierón de Psicologia Aplicada (1958-1962) e da Faculdade de Educação das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU, 1973-1974). Presidiu a Associação Paulista de Psicologia (1977-1979); a Associação dos Empregados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp, 1984-1987), quando fundou o Museu de Saneamento e a Cooperativa de Créditos dos Funcionários da Sabesp, tornando-se seu primeiro presidente (1985).
É membro da Academia Paulista de Psicologia, Academia Cristã de Letras e coordenador do projeto “O Legado da Psicologia para o Desenvolvimento Humano”.
É membro do conselho deliberativo do Instituto Brasileiro de Cultura (desde 1991) e membro do conselho administrativo da Teleinterativa – Educação a Distância por Teleconferência Interativa (desde 2003).
Diretor pedagógico dos cursos profissionalizantes do Centro Educacional e Assistencial de Pedreira e da Instituição Aprendizagem & Desenvolvimento – São Paulo.
Escreveu o livro A Democratização da Cultura na Era Telemática, abordando a exclusão digital e cultural que grande parte da população brasileira sofre.
Prefácio III: Douglas Michalany
Eu, nesta idade provecta e pós-socrática, nos arredores invernosos dos oitenta e oito anos, alegres e risonhos, tristes e amargos, iludidos, e enganosos, esbulhados e sofridos, já na reflexão madura de bem analisar, livre para opinar sem a obrigatoriedade de agradecer ou decepcionar, sinto-me, pois, à vontade a fim de expressar meus pensamentos; portanto, eis o que penso:
Desde os primórdios de nosso relacionamento, via em Helio Begliomini, um promissor no mundo das letras. E, já o disse anteriormente, em palavras. Agora o faço, no presente. Não o conheço como médico, desculpe.
Em profunda análise e leitura de seus escritos, posso retratá-lo e defini-lo. Tenho diante de mim um filósofo, no sentido correto da palavra, amante da sabedoria. Incansável na busca consciente, no emaranhado do passado, na crença convicta da fé e na existência de um Ser superior a todas as coisas, Deus, sempre Deus, cruzando todos os caminhos, sem perder os caminhos, os rumos que ditam seu viver. Humilde, sem humilhar-se; senhor de si sem diminuir-se; distribui cultura, sem jactar-se; escreve com grandeza d’alma; é universal sem medir distâncias; olha o infinito, medindo, com cautela, o finito; é idealista, moderado, prudente; brilha sem querer ofuscar; tem a estatura de um gigante, mas olha os semelhantes no mesmo plano; enxerga as distâncias a um metro de si; é simples, humano, idealista, discreto, profundo e abarca os conhecimentos com maestria, segurança e lança-os com facilidade no mundo de seus escritos, para os pósteros.
És, meu caro “doutor”, um filósofo, pois, assim que o vejo!
Douglas Michalany[*]
[*]Bacharel em direito e em ciências sociais e políticas. Professor, escritor, historiador, geógrafo, conferencista e advogado militante. Esportista de longa data. Quando jovem foi campeão paulista e brasileiro de natação e de polo aquático; nadador de provas de longa distância e campeão brasileiro de natação “master”.
É autor e coautor de mais de 40 obras publicadas, em mais de 70 volumes, opúsculos e murais pedagógicos, destacando-se dentre elas: “São Paulo no Limiar do seu Quinto Século” (1955); “A Grande Enciclopédia da Vida” (1963); “Universo e Humanidade” (1963); “História das Américas” (1966); “História das Guerras Mundiais” (1969 – 1o prêmio da X Bienal Internacional de São Paulo); “Novo Atlas Geográfico Mundial” (1981, atualmente na 54a edição); “Atlas Histórico, Geográfico e Cívico do Brasil” (1984, atualmente na 25a edição); “Mural: Governantes do Brasil Independente” (1984, atualmente na 6a edição); “Sermão da Montanha” (1984); “Meu Livro de Natal” (1987 – menção honrosa do prêmio literário José Ermírio de Moraes); e em edições sucessivas “Atlas Enciclopédico Internacional”; “Atlas Enciclopédico Brasileiro”; “Grandes Datas Nacionais” e “Visões do Século 21”.
Pertence às seguintes entidades: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; Academia Cristã de Letras; Academia Piracicabana de Letras; Academia Hispano-Brasileira de Ciências, Artes e Letras; Academia Lusíada de Ciências, Letras e Artes; Academia Paulista de História; União Brasileira de Escritores; Instituto Genealógico Brasileiro; P.E.N. Centre de São Paulo; Associação dos Cavaleiros de São Paulo; Clube dos Estados e Clube dos 21 Irmãos-Amigos;
Recebeu mais de 30 comendas, diplomas e honrarias de diversas entidades culturais. Presidiu o Rotary Club São Paulo – Sudeste (1982-1983) e a Academia Paulista de História, tornando-se presidente emérito. Recebeu o prêmio Ateneu Rotário de História do Rotary Club São Paulo Centro, como personalidade do ano de 1998.