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Prefácio I

 Ao comemorar o Jubileu de Ametista, Helio Begliomini nos brinda com este livro: “Asclépios da Academia Cristã de Letras – Memento de seus 55 Anos”.marcia ettelli coelho 1a 874f1

Detentor de uma vasta cultura e de valorosa produção literária, Helio Begliomini se destaca como um excelente memorialista, cumprindo a missão de resgatar e preservar a história das ilustres Academias Literárias e Científicas de que ele participa como membro ativo, zeloso e com incansável capacidade de pesquisador.

A Academia Cristã de Letras, fundada em 14 de abril de 1967, é composta por 40 cadeiras e abrange escritores de diversas categorias profissionais, cada qual contribuindo com textos, ideias e ações a fim de que o Sodalício prospere em harmonia.

Interessante observar que, desde sua fundação até o presente momento, a Medicina forneceu cinco patronos e 20 membros titulares, entre os quais o próprio Dr. Helio e eu (com muita honra) estamos incluídos.

E este livro destaca justamente esses médicos escritores de forma objetiva com uma sintética biografia a proporcionar uma agradável leitura. São os descendentes de Asclépio, o deus da Medicina na Mitologia Grega.

À medida que a leitura avança, torna-se fácil comprovar que a ciência médica também é uma arte e que caminha de mãos dadas com a Literatura ao promover momentos reflexivos, ativar emoções e até mesmo aliviar o cansaço do dia a dia.

Caminhos preventivos complementares que exigem dupla dedicação, muitas vezes compensada pela conquista de prêmios ou pelo simples prazer de um trabalho realizado com amor.

Personalidades que preenchem de orgulho a Academia Cristã de Letras que há 55 anos se distingue não só por ser de letras, abraçando a arte de escrever, mas também pelo alicerce na ética cristã de compartilhar pensamentos e obras literárias que promovam transformação cultural para um mundo com mais justiça e fraternidade.

Sim! Por meio das palavras e dos escritos, podemos ser instrumentos de paz, lembrando a premissa de São Francisco de Assis, patrono da ACL.

Afinal, quem não gostaria de deixar uma marca positiva no mundo?

Desejo milenar que justifica o fato de cada membro pertencente a uma Academia Literária ser denominado “imortal”.

Isso, porém, por si só, não basta.

Na prática, para o mundo terreno, o ser somente será “imortal” enquanto for lembrado pelos sobreviventes, quer pelos vínculos afetivos, pelas marcas indeléveis, descobertas científicas ou pelas obras artísticas.

Essa imortalidade é favorecida com os preciosos livros de Helio Begliomini que revisitam dados importantes das Academias e da vida de cada um de seus membros, evitando o esquecimento e proporcionando que a atual e as futuras gerações os possam conhecer.

Livros de incontestável importância histórica.

E este “Asclépios da Academia Cristã de Letras – Memento de seus 55 Anos”, com certeza, é um deles.

Prefácio II

Apraz-me tão dignificante convite do professor dr. Helio Begliomini para prefaciar esta importantíssima obra, que registra a presença de médicos entre os intelectuais de diversas áreasjuarez 1 a5dfb do conhecimento, em nossa querida Academia Cristã de Letras. Sua iluminada inquietude provocou que se trouxessem à luz numerosas obras publicadas no âmbito das nossas entidades, o que o torna merecedor do nosso reconhecimento de grande e atuante escritor, abordando temas de marcante impacto aos seus leitores.

Esta publicação, a exemplo das demais, é de enorme significado, por quatro motivos:  focaliza aspectos relevantes para nós médicos, atuais membros do nosso sodalício; coloca em evidência os brilhantes profissionais que nos antecederam; presta perene homenagem aos magnificentes asclépios que muito fizeram para merecer a indicação dos seus nomes para patronos de cinco cadeiras da nossa Academia; e a Presidência da Academia Cristã de Letras já foi brilhantemente ocupada por cinco competentes médicos. Em todos os períodos de gestão os destacados profissionais deixaram indeléveis e preciosas contribuições para o aprimoramento administrativo e estrutural da instituição. Refiro-me, com orgulho e respeito que se lhes são devidos, aos ex-presidentes: dr. José Pedro Leite Cordeiro (19/10/1982 a 31/12/1982), dr. Duílio Crispim Farina (1984/1985), dr. Afiz Sadi (1988/1989), dra. Yvonne Capuano (2012/2013) e, com especial referência, ao talentoso e dinâmico atual presidente professor dr. Helio Begliomini.

Na composição do material que ilustra este livro, não há sinais, nem, sequer, nuances de corporação classista. Salta aos olhos a angelical intenção do autor de, tão somente, evidenciar a digna militância dos médicos devotados ao sublime exercício profissional da Medicina que, simultaneamente, expandem seus saberes para o enriquecimento dos canais da literatura nacional.

Vê-se que, na cuidadosa, eficiente e exaustiva pesquisa nos arquivos da nossa gloriosa Academia, nos longos 55 anos de existência, nosso presidente Helio encontrou 20 médicos, entre os 121 e um ocupantes de cadeiras do nosso sodalício. Ainda que nossa categoria profissional de médicos não seja a maioria entre os imortais da Academia Cristã de Letras, é inegável que nosso contingente é significativo, contribuindo sobremaneira para o engrandecimento das fileiras acadêmicas.

É imperioso frisar que, entre os patronos das 40 cadeiras do nosso sodalício, cinco delas são nominadas por respeitáveis médicos que fizeram por merecer esse perene registro, pois exerceram, dignamente, os princípios hipocráticos e de ativa participação no campo literário.

Como corolário desta assertiva está o nome do insigne dr. José Martins Fontes, patrono da cadeira 3, com destacadas participações no exercício profissional e literário, reconhecidas pelo Poder Público, conferindo seu nome a importante rua da cidade de São Paulo.

Outro excelso patrono é o dr. Miguel de Oliveira Couto, da cadeira 13, renomado médico com sólidas e consistentes contribuições à medicina brasileira, exercendo honrosamente a profissão no Rio de Janeiro, com perpétuas atuações no ensino médico e no campo da educação. A fecunda dedicação do dr. Miguel Couto está reconhecida na denominação de um dos mais importantes hospitais da rede pública do Rio com seu nome, Hospital Miguel Couto, onde tive a honra de trabalhar como plantonista acadêmico, durante meu período de vida universitária.

Por sua vez, nosso sodalício tem o universalmente reconhecido Sigmund Freud como patrono da cadeira 21, pela sua perpétua contribuição, merecidamente cognominado Pai da Psicanálise.  Em virtude da sua imperecível doutrina legada à Medicina, nossa Academia, em momento de elevada felicidade, para maior brilho da nossa história, eterniza o nome de Freud, para o júbilo de seus ocupantes.

Com semelhante teor de reconhecimento, o dr. Eurico Branco Ribeiro (1902-1978), habilidoso cirurgião com indiscutíveis contribuições médicas e literárias, foi o mentor da indicação do nome de São Lucas para patrono da cadeira 27, da nossa Academia. 

E, para a fixação do Dia do Médico, no dia 18 de outubro, o dr. Eurico Ribeiro enfrentou, destemida e bravamente, árduas barreiras com o propósito de homenagear São Lucas, um dos quatro evangelistas do Novo Testamento da Bíblia e discípulo do apóstolo Paulo.

Com efeito, São Lucas foi nomeado padroeiro dos médicos, dos cirurgiões e dos artistas, por ter sido médico, escritor e talentoso pintor. Ele era chamado pelos cristãos orientais de “médico pintor”, e é uma das figuras santas mais veneradas pelo cristianismo, nas doutrinas católica, anglicana, ortodoxa, luterana e protestante. 

Por seu turno, a cadeira 33, da nossa querida Academia, tem como patrono um dos mais importantes e populares ex-presidentes do Brasil, o honrado médico dr. Juscelino Kubistchek de Oliveira. Homem dinâmico, empreendedor, incansável e dotado de aguçado sentimento patriótico, abdicou da atuação sacerdotal na urologia, diante da indeclinável invocação do seu nome para o cumprimento de atividades administrativas da esfera pública municipal, em Belo Horizonte.

Cumprido, brilhantemente, seu mandato de prefeito, não lhe foi permitido o direito de rejeitar sua candidatura ao Governo de Minas Gerais, e, pelas mesmas razões, fora-lhe exigida sua candidatura a presidente da República. Dentre as inúmeras realizações no exercício de maior mandatário de nossa Pátria, o Presidente Kubitschek sancionou lei em 1957 para a criação do Conselho Federal de Medicina e respectivos Conselhos Estaduais nas Unidades da Federação.

Além do seu fúlgido desempenho em favor da Medicina e da causa pública, o ex-presidente JK foi um reconhecido literato, autor de várias obras que o fizeram merecedor, em 1974, como ocupante da cadeira 34, da Academia Mineira de Letras.

Deixo consignado que o professor dr. Helio Begliomini, com invejável competência, exerce sua profissão de conceituado e exímio urologista e, simultaneamente, ele cumpre mandatos, com denodo, na administração das nossas entidades: vice-presidente da Academia de Medicina de São Paulo, tesoureiro na Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames – SP) e presidente da nossa Academia Cristã de Letras, com primor.

    Com sua portentosa atuação em todas as frentes, nosso presidente professor dr. Helio Begliomini as exerce com determinação e eficiência, emprestando significativa colaboração para o progresso da Medicina e das Letras. Cumpre-me, ainda, com o calor de minha admiração e reconhecimento, parabenizá-lo pela feliz iniciativa e louvável concretização de dedicar precioso tempo na profunda e extensa pesquisa de informações, para a composição desta grande obra da qual tenho a honra de elaborar este Prefácio.