Prefácio I
Tenho particular admiração por Helio Begliomini e aprecio tudo o que ele tem escrito, autor de méritos indescritíveis e presidente da Academia Cristã de Letras, sendo que, em sua presidência, permitiu uma esplendorosa visualização da instituição nos meios culturais brasileiros.
A admiração não é só pelo seu estilo, que torna prazerosa a leitura das biografias de cidadãos brasileiros que retratou ou dos fatos históricos do país, mas, principalmente, pela ética humanística que adornou todas as páginas que veiculou.
O presente livro não foge a esta tradição do excelente escritor, em que a ética, o estilo e a profundidade temática estão presentes nos pensamentos de densa realidade filosófica que escreveu.
Modestamente, denomina-os de verbetes, mas todos eles de forma clara e sintética definem princípios, situações, fatos e acontecimentos com precisão cirúrgica, que, certamente, agradarão a todos que os lerem.
Tomo, por exemplo, a questão do homicídio uterino a que todos os Papas definem como um crime abominável contra inocentes. Seus diversos pensamentos, com nitidez e incisividade, traçam a lesão à humanidade que representa.
É de se lembrar que os mesmos defensores da eliminação da vida humana na forma embrionária ou fetal são os que condenam a destruição dos embriões de tartaruga ou de ursos pandas, admitindo legislação penal para protegê-los. Para estes ambientalistas favoráveis ao término da vida humana, alguns até o último minuto antes do parto, à evidência, as tartarugas e os ursos pandas valem muito mais que um ser humano.
Fato é que, todas as máximas de Helio são excelentes. Eu mesmo, durante a minha vida, tive particular preferência por aquelas que em poucas palavras resumem grandes ideias. Escrevi, modestamente, um livreto com 1052 pensamentos (“Reflexões Sobre a Vida” – Editora Cultor de Livros) e elaborei singelas considerações sobre os fantásticos livros de meditação de São José Maria Escrivá, a saber: Caminho e Forja, pela Cultor de Livros, com o título de “Reflexões Sobre os 2 Livros”, e outro pela “Pax et Spes” com título de “Minha Luta à Luz do Caminho”. É de se compreender, portanto, o quanto apreciei os excelentes verbetes de Helio Begliomini.
Espero que o livro tenha bela carreira editorial para que muitos aproveitem de suas reflexões, num país que precisa cada vez mais de prudência para examinar a realidade, coragem para enfrentar os desafios e ética para tornar a convivência nacional possível e fraterna.
Ives Gandra da Silva Martins1