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19 Sobrames do Est SP 2007 a 2008 17111

 

Helio Begliomini

Ensaios, Crônicas e Discurso

Expressão & Arte Gráfica, São Paulo – 2009,

140 páginas.

 

Prefácio I: Carlos Augusto Ferreira Galvão

Quando se Deve Olhar para Trás

Nos anos de crise, fui uma das vozes que se ouviu no clamor, em nossa sociedade, para que Helio Begliomini novamente assumisse a direção da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. 

Na ocasião enfrentávamos seriíssimos problemas causados por interferências forâneas, nossa presidente havia renunciado, e a sociedade sofria um progressivo esvaziamento como consequência desse estado de coisas.

Não poderia ser diferente. São Paulo, uma cidade que deliciosamente nos consome, não admite desgastes em locais de lazer, em momentos de descontração. E, no entanto, o que se via na época, além do tempero amargo em nossas "Pizzas Literárias", eram as maledicências, pessoas honradas vítimas de infâmia, de ofensas... Natural que muitos se afastassem; natural que se assustassem.

Helio Begliomini é destas pessoas que registram o passado; destes que procuram a sabedoria que se pode extrair da história e aí, talvez, uma das razões de sua liderança inata entre os que o conhecem. Buscá-lo para que estancasse a diluição que a crise nos impunha era o único caminho sensato.

Nesta obra existe um pedaço importante da história de nossa regional. Em cada um de seus artigos feito para o "O Bandeirante" vê-se seu ideal sobramista e um exemplo, tipicamente paulista, de levantar-se, de superar-se; sentimentos que levaram nossa regional de volta para o lugar de destaque que lhe cabe na comunidade médico-literária brasileira.

Helio Begliomini, uma liderança nacional da SOBRAMES, é um orgulho de São Paulo. Um homem de visão de futuro, mas que tem o dom de saber a hora em que é preciso olhar para trás, para o passado.

 

Prefácio II: Marcos Gimenes Salun

Uma Profícua Trajetória Literária

Tenho acompanhado a trajetória literária de Helio Begliomini desde o meu ingresso na regional paulista da Sobrames, em fevereiro de 1998, quando chegou às minhas mãos um volume de crônicas, ensaios e cartas intitulado “Pelo Avesso”.  Esse era, na verdade, o segundo passo da faina de Helio com as letras, uma vez que havia feito sua estreia literária ainda no meio acadêmico ao publicar sua tese de mestrado em 1984.

Depois de “Pelo Avesso”, o autor apurou definitivamente seu gosto pela escrita e deu um decisivo impulso à sua carreira literária. Tanto que, em dez anos, atingiu a invejável marca de 19 títulos publicados, alguns premiados, incluindo nessa lista pelo menos seis volumes dedicados à Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, além de outro que teve como tema a Academia Brasileira de Médicos Escritores, entidades com as quais Helio Begliomini tem estreita afinidade.         Com rara maestria e surpreendente desenvoltura, Begliomini vem dando a sua obra muita versatilidade, indo da história aos documentários, das biografias aos ensaios, crônicas, reflexões e discursos, com isso propiciando ao leitor um amplo conhecimento sobre seu modo de ser e de pensar.

Desta feita, ao reunir num volume os textos que publicou no jornal “O Bandeirante” de outubro de 2006 a dezembro de 2008, a título de editoriais e com as prerrogativas de presidente da Sobrames-SP, Helio reafirma a habilidade que tem com a palavra e com os diversos temas pelos quais vem incursionando ao longo de toda sua obra. Durante esse período, tive a grande responsabilidade de ser co-editor daquela publicação mensal da Sobrames paulista e, portanto, já tivera a primazia da leitura dos textos que compõem este volume, o que me autoriza a recomendá-los.

Para mim foi uma grande honra ter sido convidado mais uma vez por Helio Begliomini para tomar parte de um trabalho de sua lavra. Já havíamos partilhado a autoria do livro “Sobrames Paulista – Compêndio dos Seus Vinte Anos de História (1988-2008)” que antecedeu a este que agora vai a lume. Desta feita, é com muito orgulho que escrevo estas palavras a título de prólogo desta obra que, a meu ver, vem na mesma trilha cultural das que a antecederam.

Para finalizar bem ao gosto do estilo de Begliomini, cito o escritor, novelista, ensaísta, compositor e filósofo francês Albert Camus (1913-1960):  “Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro”