Prefácio: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini[1]
Li e reli vários capítulos desta obra escrita com amor e lágrimas, retratos de muitos momentos e situações vividas pelo Helio ao longo de sua rica trajetória de vida. Como obra e autor se miscigenam, o que escrever sobre esse ser humano especial, sensível, amoroso, humilde, excelente filho, marido, pai e agora avô?
Pensei que a tarefa de prefaciar este livro seria mais fácil, principalmente pela grande afinidade de ideias, bem como pela longa e íntima convivência que me liga a ele. Ledo engano. Desde o início percebi que não seria uma leitura rápida, mas que ela me envolveria de forma intensa, necessitando inúmeras vezes interrompê-la para degustar momentos importantes e felizes ou, simplesmente, extravasar a emoção.
Helio escancarou sua alma e conseguiu exprimir, em palavras, lembranças do grande baú de sua vida. Penetramos através dele na essência de seus pensamentos e na forma sensível e clara com a qual os transmite.
Trouxe do passado o legado de seus bisavós e avós, o amor incondicional de seus pais e irmãos, bem como a feliz infância e juventude junto a eles. Soube valorizar as figuras materna e paterna em textos sensíveis, conseguindo transmitir a bondade e o caráter deles emanados na trajetória de sua vida; lembranças carinhosas, gratidão, amor e a derradeira partida.
Detalhou o apoio familiar que sempre teve para o desenvolvimento de sua espiritualidade, baseada nos princípios católicos, juntamente com seu grupo de fiéis amigos, que ainda hoje perpetuam uma grande amizade.
Retratou também com carinho a importância de sua sólida formação escolar desde tenra infância, quando já se notava o caminho profissional que viria a seguir: sua vocação de vida – “ser médico” –, profissão que abraçou desde sempre e que no dia a dia de sua belíssima carreira muito contribui para mitigar o sofrimento, dando esperança às pessoas que diariamente assiste; seja no seu consultório particular ou no Hospital do Servidor Público Estadual, onde também auxilia na formação de novos urologistas através da residência médica desse conceituado serviço.
Precoce em tudo que realizou, também o amor e a vontade de constituir uma família, nos moldes da sua, se manifestaram cedo e, após alguns anos de namoro, casamos e formamos uma linda família, muito bem retratada em vários textos deste livro. Em “Ciranda da Vida” faz uma breve retrospectiva dos três filhos, desde o nascimento até o início da idade adulta deles, ilustrada com fatos e fotos. Finaliza com o afetuoso pensamento: “Quando o tempo implacavelmente passar... seremos simplesmente um marco histórico lembrado apenas por vocês e seus filhos. Deixaremos de existir, pois a ciranda da vida deverá continuar. Certamente seremos tão somente fotografias descoloridas dentro de álbuns embolorados, constituindo-se lembranças cada vez mais fugazes. A nossa ausência será testemunha de um futuro que engoliu o passado e o fez muito vorazmente. Quando eventualmente se recordarem de nós, rendam graças a Deus, pois fomos um diminutíssimo ponto de partida de onde germinou e multiplicou uma linda história de amor”.
Alguns escritos nos remetem a momentos trágicos de pessoas muito queridas que de forma precoce partiram, bem como de algumas que, com brevidade, simplesmente passaram por sua vida deixando uma marca.
Por último, em um momento derradeiro de despedida, em “Prelúdio do Adeus”, enaltece a sua enorme fé em Deus, gratidão pela vida que teve e com humildade pede orações aos familiares e amigos para que possa contemplar a face de Deus com os olhos do espírito.
[1] Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini nasceu em 13 de janeiro de 1957, na cidade de São Paulo. Formou-se em engenharia de produção e fez pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho, atuando nessa área. Desde cedo sempre gostou de escrever crônicas e poesias. É membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional do Estado de São Paulo (Sobrames – SP) e tem publicado seus textos em Antologias e Coletâneas produzidas por essa associação.
É membro do Rotary Clube São Paulo Mandaqui do Distrito 4430 desde 2005, atuando como presidente na gestão 2008/2009. Como rotariana desenvolve projetos voltados às comunidades carentes de sua região.