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Prefácio: Sebastião Luiz Amorim

 

Frances de Azevedo deu-me a honra e satisfação de prefaciar o seu novo livro de poesias.

Trata-se de gentileza de amiga a qual agradeço comovidamente.

Não necessita de apresentação a poeta, eis que seus trabalhos publicados tornaram-na bastante conhecida e elogiada.

De fato é a festejada autora de “Poesias Sobretudo” e muitas outras produções, pessoa encantadora e que dentro de si, em seu amável coração, uma sensibilidade que a faz merecedora de efusivos cumprimentos.
Em sua poesia “Um Trem, Uma Saudade”, divaga ela de forma simples e formosa por épocas do passado, dando a todos nós a visão nítida de sua linda alma, espargindo no espaço versos como são os seguintes:

Sempre ouvirei ao longe,
Lá onde a estrada de ferro
Verga-se toda numa curva
Que não mais deixa ver
Sombra alguma,
O apito choroso, qual sino plangente,
Da velha locomotiva, colorida, diferente,
Que todo dia eu apanhava
Para dar aula numa vila
Tão pequena geograficamente
Porém, tão grande nos sentimentos
Dos seus habitantes.
Na chegada, na bucólica plataforma,
Lá estava, enfim, o mesmo grupo
A me esperar.
Cada dia uma surpresa:
Ora uma cesta com belas frutas;
Noutra um bolo de fubá,
Outra com ovos fresquinhos
Com a gema bem amarelinha.
Ah, saudade, saudade, saudade,
Saudade eu trouxe de trem
Quando lá fui pela última vez
E nunca mais voltei!

E descobrimos, pela leitura amena e gostosa de seu livro, o quanto é sublime, sonhadora e romântica, a nossa caríssima Frances, dizendo ela, em poesia aleatoriamente escolhida:

(EU QUERO TEMPO)

Eu preciso de tempo para ficar
mais perto de quem amo!
Eu preciso de tempo para dialogar com meus pais!
Eu preciso de tempo para abraçar os amigos,
meus irmãos, àqueles
Que esperam por mim em casa!
Eu preciso de tempo para sorrir,
abrir o sorriso p’ra mim e
estendê-lo aos que estão à minha volta!
Eu preciso de tempo para estar
mais perto de Deus, buscar
A paz almejada e, assim, transmiti-la ao mundo!

Eu preciso de tempo para passear no campo,
extrair da natureza a sabedoria da convivência.
Eu preciso de tempo para olhar o céu, captar o brilho das
estrelas e, assim, iluminar o caminho
daqueles que perderam a luz!

Eu preciso de tempo para navegar na imensidão do oceano
e auferir toda sua força imensurável,
entranhá-la em Minh ‘alma,
transformando-a em rochedo indestrutível,
porém repleto de ternura, compreensão,
P a c i ê n c i a...

Eu preciso, preciso, preciso de AMOR!

Descobre-se nos versos, o âmago da poeta.

A ternura com que fala da infância, o ardor com que descreve a natureza, a forma com que conta o amor ao Divino Ser, a Justiça e à Esperança, tudo faz com que se conheça o seu bom formado coração, repleto de vivas emoções.
A sinceridade de caráter de Frances ditaram-lhe as belas poesias de seu livro e por isto é que suas palavras calam em nossos corações, fazendo com que tenhamos a esperança no porvir, eis que pessoas como ela existem neste mundo difícil de viver, fazendo com que melhores dias venham para nós, num breve tempo.

E só nos resta dizer a cada instante, a ela endereçando o nosso pensamento, “bendito seja o Deus que fez alma tão nobre”.

 

Sebastião Luiz Amorim
Dr. Luiz Sebastião Amorim é Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, empossado em 1º de Junho de 2001. Possui vários trabalhos jurídicos e literários publicados. Poeta lírico, com poemas nos livros: “Treze Cantos Di...Versos” (Editora Ateniense) e ”Quaterno” em parceria om outros festejado poetas.