“Ajudei a parir inocentes conceptos e tratei
Candidamente de indesejáveis bandidos.
Atendi seres humanos, acidentados,
esfaqueados, baleados, drogados
e estuprados...
Toquei em corpos ensanguentados
e perfumados...
Incólumes e desarticulados...
Atraentes e repugnantes...
Hígidos e alquebrados...
Sensatos e alienados...
Formados e deformados...
Contatei e avaliei incontáveis pessoas.
Senti nas mãos o calor de entranhas
e retirei diversas vísceras desvitalizadas,
estragadas ou tomadas por diferentes enfermidades.
Encontrei-me com a vida colorida
e deslumbrante no interior dos órgãos
E sistemas orgânicos...”
Helio Begliomini
(Frances de Azevedo, Cadeira 39 da Academia Cristã de Letras, ao ler o livro de memórias: Rugas – Editora Expressão e Arte – 2017. Páginas 165/166 - do seu Confrade Helio Begliomini (Cadeira 10 da ACL) – Médico Urologista -, deparou se com essas palavras, nas quais, como poeta, vislumbrou um belo poema, para o qual, segundo suas próprias palavras, ousou nominá-lo: Vida Colorida Oculta).