Quando o tempo, no tempo, faz-se escasso
E quando da verdade a vida escapa,
Buscando na mentira o próprio espaço
E nela alcandorando a sua capa,
Quando o povo é só campo de manobra
Dos que fingem que são seus defensores,
Destilando veneno de uma cobra
Contra os bons que são vítimas de horrores,
Quando o sonho dos pobres se desfaz,
Atingindo por quem só quer poder
E percebem bem tarde que na paz
Não mais viverão até morrer
Resta apenas lutar, nesta porfia
Sem nunca desistir, dia após dia.