Poema inspirado na obra de Florbela Espanca - (Portugal, 08 de dezembro de 1894 – Portugal, 08 de dezembro de 1930)
De tanto sonhar, ando esquecida.
Espero um amor que nunca vem.
Em desejos vãos, a alma perdida.
Aos olhos dele eu não sou ninguém.
Nos versos que faço, sou saudade,
sorrisos que pedem atenção.
Ou lágrima oculta sem verdade,
em linhas esparsas, ilusão.
No conto de fadas sou a eleita.
Um sonho de amor que a noite tece.
Liberta-se a flor, quase perfeita.
Noturno mistério que envaidece.
De magia em magia escrevo cartas.
De mágoa em mágoa, o que restou?
Destino com máscaras rasgadas,
cantigas que o vento dispersou.
Eu falo de tudo e não sou nada.
Na rubra hora deixo a alma sangrar.
Me lembro dos sonhos... contos... fadas...
Eu só me esqueci de me encontrar.