Foi a saudade inclemente acostumada à dor;
Ou a tristeza indolente crestada no desamor!
Quem praticou a desdita do destempero cruel
Derramou mágoa infinita no cálice do puro mel.
Em noites de nostalgia e manhãs de sol ausente
A alma inquieta e vazia gera silêncio plangente.
Quem conheceu a solidão e viajou no adeus!
Carrega no coração o penar dos tempos seus!
Vozes vindas do além. São cânticos de sedução
Seu murmúrio não convém. Incurável é a paixão.
É fatal o amargo pranto. E não existe manto santo
Pronto a vertê-lo em doçura.
Assim, o choro é eterno. Mais copioso no inverno
Quando escasseia a ternura!
Lázaro Piunti -
* O poema é meu. O título tomei-o emprestado a Leandro G. Barros!