No bar, na solidão, almeja
O olhar vagueia! E deseja
A paixão de quem rasteja
A cálida noite já lampeja.
Ela se dará a quem esteja
Apto a pagar, sim, ela beija
Sem pudor. Rubor. Preveja!
Hábil no ofício. Ela moureja
Cura farpa que a dor enseja.
Porém, o vulto que a corteja
Faz sermão. Oração e Igreja.
Ela reage. Furiosa esbraveja
Amaldiçoa a alma benfazeja.
Na noite uma lágrima goteja
Triste sina que não se inveja!
Vem o garçom. Sagaz a alveja
Sutil, sem que o chefe o veja
A ela dá o consolo da bandeja
E a seduz no copo de cerveja!