Quando a infância trazia ao céu da minha mente
de surpresas repleto, entre sonhos e espantos,
a lembrança da Gruta - aquela, tão carente
de pompas, de calor... tão pobre e sem encantos,
eu sonhava construir um ninho! Simplesmente,
como faz um sabiá, um pardal e outros tantos,
com palhas de carinho, ou penas, tão somente
e ao Menino aninhar com beijos e acalantos!
Mas o tempo passou... Junto à nave do sonho,
entre as pedras da vida... a debater-me encalho.
E, a afogar-se, a esperança afunda junto a mim!
Mas... Senhor, não desisto!... E se o sonho foi falho,
no soneto que agora entre penas componho,
lá no Céu da Poesia... eu Te aninho, por fim!