Chegou Caxias,
O Pacificador,
O Comandante Supremo,
O Filho Querido da Vitória,
O Homem-Dever,
A Figura da Pátria,
O Diretor da Guerra,
O aristocrata altivo,
Os soldados sentem emoção.
É velho,
Mas monta como um jovem,
Sua voz soa mais alto que o troar dos canhões,
O espocar das granadas,
Os gemidos dos feridos.
Encontrou o acampamento,
“Paso de la Pátria”,
Verdadeira Babilônia,
Cheia de barbeiros,
Bares,
Bordéis,
Casas de jogos
E coléricos,
Cólera Morbo,
Ovo maligno
Espalhado por aquela Sodoma.
Domina a ira,
Controla-se lívido,
Reorganiza as tropas,
Prepara manobras:
A “Marcha de Flanco”,
O contorno das trincheiras,
O reconhecimento feito por balões.
Seus caminhos são certos,
Certeiros,
Num janeiro verde
Entra em Assunção.
Regressa Caxias,
Saúde minada,
Olhos secos,
Ninguém o acolhe,
Nem o imperador a quem sempre servira,
A grisalha Marquesa o espera numa sege
Que atravessa o Rio de Janeiro
Num trote lento
Entre os lampiões apagados.
(Do romanceiro "Guerra entre Irmãos: poemas inspirados na Guerra do Paraguai")