Chega a primavera
E o dólar vai florescendo.
Segue subindo às alturas...
Cada vez mais, podendo.
Por sua vez, o real,
Enfraquecido, se abate.
Murchando, sofrendo...
E não há quem o resgate.
Para o nosso real,
Parece que é outono...
Amarelando, caindo,
Perdendo o seu trono.
Na banguela, sem freio,
Ta indo pro espaço.
Se ele um dia brilhou,
Hoje está um bagaço.
E a vida que já é difícil,
Está pela hora da morte...
Com a carestia atropelando
O brasileiro sem suporte.
Coitados de todos nós...
Nós que pagamos o pato.
Não há céu, ou sequer milagre,
Que ponha comida no prato.