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Raquel Naveira

 

Há um grilo que brilha

Agarrado à folha

E uma estrela que canta

Presa na mata.

 

Há um orvalho que escorre

E morre na grama.

Ha uma rosa que perfuma

E penetra na cama.

 

Há pessoas que falam,

Ao redor de luzes esparsas,

As faces imersas na cor do fogo,

Um jogo de cartas...

 

Ha louças recostadas, na pedra,

Plantas amontoadas nas janelas,

Panelas magicas nas paredes,

Estranhos doces em gamelas...

 

Ha silêncios que preparam auroras,

Preces que desfiam as horas,

Medos de bichos e caaporas.

Ha tanta paz.

Tanta paz onde moras.