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Ives Gandra da Silva Martins - 

poesia 1 7d28a

Olhar do tempo. Como eu sinto a messe,

Safra da terra, sem semente fora!

Ceifem a messe, que a safra apodrece,

Tempo de sempre, que se faz de agora.

Olhar do tempo. Como eu sinto o rio,

Estrada líquida, sem outra estrada!

Bebam a estrada, que desponta o estio,

Tempo de todos, que se faz de cada.

Olhar do tempo. Como eu sinto o espaço,

Tapete imenso, sem limite ao norte!

Durmam o norte, norteando o passo,

Tempo de vida que se faz de morte.

Olhar do tempo, como eu sinto a cruz!

Tempo de sombra, que se faz de luz.