Geraldo Nunes*
Desde o lançamento da Campanha Fraternidade 2025, na quarta-feira de cinzas, 5 de março, me chamou atenção o logotipo que este ano traz como figura central São Francisco de Assis, o padroeiro da nossa Academia Cristã de Letras. Imaginei que algum confrade ou confreira comentasse o assunto em alguma de nossas conversas. Como não houve manifestações decidi preparar esse texto visto que Francisco, é considerado pelos católicos a pessoa mais importante do segundo milênio pelas decisões levadas adiante. Ao descobrir seu amor a Cristo associou suas ideias em defesa dos animais e de toda a natureza. O logo da campanha surgiu por inspiração da obra do pintor espanhol, Jusepe De Ribera, (1591-1652) “Êxtase de São Francisco de Assis”.
Acima do santo, no centro da figura, aparece uma cruz símbolo do cristianismo ao qual Francisco abraçou. Jesus disse a ele que estava no mundo para reconstruir a sua Igreja, No início, o jovem Francisco de família rica, entendeu que se tratava da pequena Igreja de São Damião, mas depois concluiu que se tratava de algo bem maior, a Igreja como um todo. Para levar adiante esse propósito, se despojou dos bens materiais, distribuiu tudo o que ainda tinha aos mais carentes e passou a levar uma vida humilde, devotada à fé em Cristo e na proteção da natureza.
No fundo dessa mesma pintura inspiradora da Campanha da Fraternidade deste ano, aparecem árvores nativas como a araucária, o ipê-amarelo, o igarapé, o mandacaru, além das águas de um rio e mais ao fundo vê-se uma onça-pintada, além das araras no céu. A ideia, certamente, foi de mostrar aos fiéis que é possível existir um convívio harmonioso dos seres humanos com a fauna e flora mesmo dentro das cidades brasileiras, daí a presença na imagem de edifícios e favelas. Esta foi a forma encontrada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB de propor reflexões a respeito da necessidade de integração da vida urbana com a natureza.
Daí o tema Fraternidade e Ecologia Integral, onde todos os aspectos da vida - espiritual, social, ambiental e cultural merecem valorização para uma convivência melhor entre a sociedade e o meio ambiente. Pena que todos os anos a Campanha da Fraternidade dure tão pouco. Terminada a Quaresma e a Semana Santa, se comemora a Páscoa e depois os temas da Campanha da Fraternidade caem no esquecimento.
*Geraldo Nunes, jornalista, escritor e consultor literário ocupa a cadeira 27 da Academia Cristã de Letras - ACL