Conforme Arnaldo Niskier (membro da ABL- Academia Brasileira de Letras), a nossa norma culta é fundamental, única e absoluta.
Tal afirmação foi proferida quando do seu discurso, no CIEE, em 14/10/2010, no encontro sobre a discussão das Dificuldades na Implantação do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e, anteriormente, São Tomé, Príncipe e Timor Leste).
Olavo Bilac, O Príncipe dos Poetas, ao se referir à nossa língua, em seu celebre poema, valendo-se de bela metáfora diz: A última flor do Lácio, inculta e bela. És a um tempo esplendor e sepultura.
Comentários à parte... Eu, como poeta, ponho, também, minh`alma para tentar versejar sobre os tortuosos caminhos de nossa norma culta. E o faço, em redondilha maior, em homenagem ao autor de Mostrando a Língua:
A nova forma transforma,
Compromete a boa gramática
E dificulta a Reforma;
É um engodo, na prática!
A língua é voz de comando
De um povo, de uma nação.
O seu desvio é nefando
Trazendo desunião!
O bom uso do idioma
É lema a ser defendido
A bem de qualquer axioma,
Mesmo que tão transgredido!
Esta obra de J. B. Oliveira, meu padrinho na ACL- Academia Cristã de Letras, com certeza, é oportuna e vem trazer uma luz no fim do túnel! Farol a guiar os incautos que, em seus barcos de sonhos desvairados, singram mares tempestuosos do vernáculo, comprometendo a comunicação e a identidade da nação. O autor, assim, de forma suave, invertendo provérbios bem conhecidos, procura amenizar tema tão árduo, conduzindo o leitor por águas mais tranquilas e, naturalmente, prazerosas!
Espero que a luz se faça e que todos possam, com segurança, ancorar no porto correto da língua pátria!
Frances de Azevedo - Cadeira 39 da ACL - Março/2012.