Slide

Mamãe está aqui, filhinho.

A mamãe que o embalou no ventre agora o contempla inerte, o seu corpinho frágil, na luta pela vida.Lazaro Piunti b1860

Eis-me aqui, filhinho. Você não está só.

Se não posso acalentá-lo agora...

 Impedida pelas circunstâncias,

 De estreitá-lo em meus braços, saiba meu amor,

Eu o estou beijando com a alma.

E em pensamento, acaricio seu rostinho lindo afagando com meiguice suas pequeninas mãos. Mãozinhas delicadas, ansiosas de gestos – contidos por momentos.

Mas, em breve, os gestos liberados no vigor da aurora!

Esta separação momentânea - para sua mãe uma quase eternidade - eu a ofereço como ato penitencial a Deus. É uma forma de prece, uma oração emudecida, repleta de Fé, rogando pelo seu regresso ao aconchego do colinho que é todo seu.

Eis-me aqui, filhinho.

Mamãe vela seu sono.

 E, quando estivermos novamente juntos, a seiva da vida palpitando forte em seu pequeno ser,

O seu sorriso doce e o seu olhar sereno alegrarão meus dias.

O brilho cintilante dos seus olhinhos vivos devolverá a VIDA à sua mãe.

Então, misturaremos lágrimas e sorrisos.

E você saberá, sem que eu precise lhe dizer, que o pranto quente dos meus olhos é a senha do nosso amor eterno.

Mamãe está aqui, filhinho. Nesta noite.

À espera do amanhã!

Com todo o meu afeto maternal.

SEMPRE!

(homenagem solidária à mãe aflita contemplando o filhinho inerte na UTI).

Lazaro Piunti: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

10/12/19