Mamãe está aqui, filhinho.
A mamãe que o embalou no ventre agora o contempla inerte, o seu corpinho frágil, na luta pela vida.
Eis-me aqui, filhinho. Você não está só.
Se não posso acalentá-lo agora...
Impedida pelas circunstâncias,
De estreitá-lo em meus braços, saiba meu amor,
Eu o estou beijando com a alma.
E em pensamento, acaricio seu rostinho lindo afagando com meiguice suas pequeninas mãos. Mãozinhas delicadas, ansiosas de gestos – contidos por momentos.
Mas, em breve, os gestos liberados no vigor da aurora!
Esta separação momentânea - para sua mãe uma quase eternidade - eu a ofereço como ato penitencial a Deus. É uma forma de prece, uma oração emudecida, repleta de Fé, rogando pelo seu regresso ao aconchego do colinho que é todo seu.
Eis-me aqui, filhinho.
Mamãe vela seu sono.
E, quando estivermos novamente juntos, a seiva da vida palpitando forte em seu pequeno ser,
O seu sorriso doce e o seu olhar sereno alegrarão meus dias.
O brilho cintilante dos seus olhinhos vivos devolverá a VIDA à sua mãe.
Então, misturaremos lágrimas e sorrisos.
E você saberá, sem que eu precise lhe dizer, que o pranto quente dos meus olhos é a senha do nosso amor eterno.
Mamãe está aqui, filhinho. Nesta noite.
À espera do amanhã!
Com todo o meu afeto maternal.
SEMPRE!
(homenagem solidária à mãe aflita contemplando o filhinho inerte na UTI).
Lazaro Piunti:
10/12/19