Altas horas da noite, da minha janela olho a Lua.
Fase de plenilúnio – sua fase mais altaneira. Lua cheia.
Bem lá no alto, brilhando majestosa... ora branca... ora amarela... ora prateada.
É noite de céu escuro, horizonte reduzido, e nuvens agitadas.
Deixo-me levar à observação daquele quadro, e ela, imponente em seu pedestal celeste, ora se mostra inteira... radiante. Ora, parece se esconder... total ou parcialmente.
Busca sombras cinéreas, tangentes ao ocaso.
Depois, raios de luz intensa, rompendo e criando cenários com figuras que se movimentam e se alteram e se modificam a todo instante, dando-me a impressão de que ela brinca de se esconder constantemente.
Ilusão provocada pelas nuvens carregadas continuamente pelos ventos, propiciando desenhos quiméricos - captados por minhas retinas sob fascínio - projetados na imensidão da tela do firmamento quais películas de filmes cinematográficos.
Verdadeira impressionação de imagens em movimento.
Espetáculo cinésico, contemplativo, instigante e pomposo, que alumbra aos olhos, induzindo-me a me deixar levar por um verdadeiro estado de embevecimento, dando asas a meu imaginário deleitoso, e aguçando a idealização de figuras lúdicas e poéticas.
Absorto e maravilhado, sou transportado ao “mundo da Lua”. Não exatamente à distração, mas, a um estado de excitação mental e criativa que me exulta e enleva, e me torna leve... extremamente leve.
Tal circunstância traz uma sensação sutil e salutarmente relaxante. Destarte, também antiestressante e com poder de repor o equilíbrio emocional e espiritual.
É a natureza dando claras mostras de que aqueles que com ela se comungam de forma harmoniosa, dela poderão socorrer-se de maneira absolutamente inusitada.
Reinaldo Bressani - Cadeira nº 15 da ACL