Eu te procurei nas praças da cidade cosmopolita, nos cruzamentos das avenidas em desvario,
Nas esquinas de movimento insano.
Em vão!
Vasculhei o interior das catacumbas, ao perceber o insucesso da busca febricitante pela floresta urbana.
E não te achei!
Nas masmorras modernas da cidade fria e cinzenta, nas tocas esquecidas onde viscerais figuras condenadas pelas leis da impiedade se escondem...
E tu não estavas lá!
Caminhei enlouquecido pelas estradas poeirentas do interior tropical; atolei-me nas areias monazíticas do desterro desumano e palmilhei encostas cravadas de espinhos. Sem sucesso!
Mirei as árvores mais frondosas, verguei os espigais e desnudei canteiros de azáleas. Labor inútil.
Ponto algum te ofereceu abrigo!
Os mares revoltos eu singrei, após remar contra as correntes marulhentas dos rios piscosos. E, nada.
Comigo, só a minha solidão.
Onde estás?
Só me resta a alternativa derradeira da busca fatal nas reentrâncias dos céus!
Acolhei a mim, pois, ó irmã morte! Vinde me libertar da ingrata prisão da vida.
Ao mundo do desconhecido me transportai. Encabulada, a esperança me diz que encontrarei, finalmente, em galáxia desconhecida, quem na terra um dia amei. E, que, num repente inconseqüente, se foi.
Na roupagem noturna do firmamento te reconhecerei entre as mais belas...
Das estrelas!
Então, será o reencontro!
E ainda que não me convides ao teu aconchego divinal, sentir-me-ei feliz.
Estará lavrado o decreto do meu funeral eterno. Mas, sobreviverei em paz,
Na afável e serena contemplação do teu esplendor!