Reinaldo Bressani
Alegria e tristeza são sentimentos que se completam. Um corteja o outro, enquanto o outro corteja um.
Para compreensão dessa verdade, basta considerarmos que, se na brisa mansa, alegria é só sorrisos, durante o vento forte, tristeza é só lágrimas. O fato é que, alegria e tristeza andam juntas sim, e de mãos dadas, exatamente para realçar os propósitos de nossas escolhas. Por isso: o amor e o ódio, a verdade e a mentira, o real e o falso, o bonito e o feio, a pétala e o espinho.
E é exatamente esse fator que propicia o movimento de gangorra às nossas vidas, dando sentido às escolhas, bem como, às suas consequências. Tanto é verdade, que esse movimento hospeda em si o ensinamento de que, para se saborear plenamente a doçura do mel, antes precisamos sentir o sabor do fel. Ou ainda, antes de colhermos a fruta, é necessário ver se ela está, de fato, madura... pronta para o consumo. Quer dizer: se desconhecêssemos os sintomas da tristeza, jamais teríamos compreensão plena do júbilo, do prazer expresso pela alegria.
Enfim, alegria é como se a luz lançada sobre a bruma da escuridão, nos trouxesse à claridade de um dia ensolarado. Trouxesse-nos à própria vida e nos desse a sensação de que, ela, a alegria, apenas se serve da tristeza para amolecer os nossos corações a fim de darmos conteúdo mais evidente aos nossos passos nesta caminhada terrena, observando melhor os contrapontos das nuanças de tonalidades que equilibram o nosso bem viver.