Lázaro Piunti
(Os métodos são diversificados - alguns sofisticados - todos condenáveis).
VERSÃO ATUALIZADA!
Demóstenes, chefão do escritório jurídico de Atenas, capital da Grécia, visita Sátiro, prefeito de Éfeso – a simpática Pólis. E propõe, com sua lábia, reduzir o pagamento das quotas da Previdência. Seus argumentos indicarão os cálculos superestimados. Diminuindo-se o percentual haverá economia aos cofres públicos. O prefeito Sátiro contrata o espertalhão e este arranca Medida Liminar na Justiça. A prefeitura de Éfeso começa pagar menos. E o Escritório embolsa uma fortuna.
O ERRO!
Porém, a Medida Liminar é Provisória. O Tribunal ateniense julgará o Recurso e a Decisão Definitiva restabelecerá o cálculo histórico. A prefeitura de Éfeso terá de pagar a diferença do período em que recolheu quantia menor. Porém, o advogado ardiloso já levou seus honorários.
O CERTO!
Bastaria ao prefeito exigir algo simples: honorário será devido se a Ação receber Sentença Definitiva favorável. O advogado será pago se vencer a demanda. Um contrato de risco! O chamado “pró-êxito”!
CORRUPÇÃO!
O que teria acontecido? O prefeito mordeu uma “parte” da quantia milionária paga ao escritório contratado. A Dracma – antiga moeda grega – custeará a eleição do prefeito ao Parlamento na próxima eleição.
CONSEQUÊNCIA!
Hermodorus, novo prefeito da Pólis, herdará dívida monstruosa. Não terá Dracma para melhorar a Educação e cuidar da Saúde Pública. Hermodorus terá dificuldade para cumprir as promessas feitas na Ágora. Oxalá Artêmis possa consolá-lo. Ao passo que Sátiro - entre um gole e outro de Ouzo – planejará com os rábulas do escritório de Demóstenes a sua volta futura (ou do sátrapa) ao comando da infeliz Pólis grega.
O povo? Ora, o povo. O povo é simples detalhe!
*Pólis = cidade.
Dracma = moeda.
Ágora = praça.
Demóstenes = advogado/famoso.
Sátiro = Meio homem/meio asno.
Sátrapa = servo de Sátiro.
Hermodorus = homem honesto.
Artêmis = deusa grega.
Ouzo = bebida típica grega (similar ao Fogo Paulista).