Reinaldo Bressani
Paz! Uma palavra repleta de ideais cristãos e dificuldades insanas.
A palavra paz, traz em si um amplo e rico leque de interpretações. Todavia, estas, em sua totalidade, desembocam na imperativa necessidade de harmonização dos homens face às eternas conflituosidades de interesses múltiplos. E isso jamais foi, é, ou será tarefa fácil. Bem ao contrário, é tarefa hercúlea imposta a cada um dos atores deste palco terrestre no qual habitam os homens. Desafios inimagináveis interpõem-se às ações neste sentido, constituindo barreiras que, por si só, podem nos levar à insanidade, em face de seu cipoal de dificuldades, não obstante tenha havido, há e haverá sempre quem sonhe e lute por esse ideal coletivo. Ideal de vida que é a convivência harmônica entre todos, com total respeito à individualidade de cada um. Mas, para que se alcance tal objetivo, é imperativo que haja, de fato, mudanças de paradigmas quanto ao próprio comportamento humano (considerado de forma individual e coletiva) que vise, acima de tudo, um estado de tranquilidade pessoal e social. E isso somente poderá ser alcançado se houver condições propiciadas pelo silêncio num ambiente que favoreça o sossego, o repouso, a reconciliação com o apaziguamento de ânimos entre pessoas, parceiros, casais, afastando-se todas e quaisquer formas de perturbações sociais e, sobretudo, com a aceitação pacífica de decisão conciliatória pela justiça, sempre que a esta restar decidir. Enfim, ajustar-se forma harmoniosa entre os entes da sociedade como um todo, E, dentro de uma visão mais ampla voltada ao cerne da questão paz - tão crucial e necessária a todos os povos -, tendo em vista os males e o desassossego decorrentes da insânia das guerras, impõe-se, principalmente, a indispensável ausência de beligerância entre nações. Não é por acaso que paz tem estreita ligação com respeito e aceitação de valores que reflitam interesses comuns entre homens e diferentes entes sociais. Pois, o alcance de tais objetivos depende de ações de resultados quase tão difíceis quanto seria eventual pretensão de se domar as marés dos oceanos. Simplesmente porque, paz depende do próprio equilíbrio e elevação moral dos homens, além de uma incondicional e coletiva disposição em torno desse ideal. Aí, o nexo entre o necessário comportamento harmonioso entre os homens de cada sociedade – diga-se, nação –, e o consequente reflexo entre os entes constituintes do macro cenário da geopolítica global. Destarte, mister se faz que essa disposição se sopreponha categoricamente às desavenças, aos interesses e, em especial, ao espírito beligerante que, historicamente, jamais cessa por inteiro entre povos e nações mundo afora. Razão pela qual, paz é um dos ideais mais difíceis e, quiçá, utópicos, dentre aqueles sonhados pela humanidade. À par disso, é imperioso termos em mente que, somente em paz o ritmo da vida poderá harmonizar-se plenamente... com um vicejar de condições favoráveis à necessária coexistência pacífica preconizada pelas crenças que habitam os corações dos homens de boa vontade, com sublimada percepção do real respeito às diferenças entre desiguais.