Não damos importância ao tempo que bate à porta da frente, como canta Nana Caymmi, “esse tempo que zomba e ri, apaga os caminhos, sussurra, aprisiona e jamais amadurece. No fundo é uma eterna criança”.
Hoje penso, como o tempo é um mistério, enigmático, desconhecido.
Quem me dera o tempo permitisse, ligar hoje para meu pai no Paraná e dizer “Pápis, feliz dia. Vai filar a boia na casa de quem hoje, hein pai? – Ele, que tinha prazer em comer. Nada o fazia mais feliz do que convidá-lo para almoçar fora, ir à pizzaria, comer um peixinho na Toca do Peixe [restaurante em São Carlos do Ivaí – Pr., sua cidade de 12 mil habitantes].
Que triste é pensar que no dia 2 de setembro de 2021 fará um ano que você foi alegrar com sorriso doce, seu irmão mais velho, Tide e, o irmão mais novo, Agenor, sua mãe Rita e seu pai Alexandre. Quero acreditar que estão todos reunidos, sentados em volta de mesa farta, à sombra duma mangueira, relembrando o passado.
Foi ótimo no Natal de 2019, insistir para que fôssemos visitar seus netos e bisnetos que moram em Paranavaí, a cidade vizinha.
Foi a última visita, e o último registro quando você estava bem e pôde desfrutar do amor de todos.
É estranho fazer a retrospectiva e não ter ideia quando será o fim.
Graças a Deus, aprendemos a declarar nosso amor uns aos outros. Praticarmos o abraço firme e apertado, exercitamos o “Eu te amo, pai” inúmeras vezes.
Por agora, digo, com esse nó entalado, que esteja onde estiver, Pai… meu amor por você continuará infinito.
Te amo, Pai.