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Lázaro Piunti

A árvore tem encantos! E ressalta maviosa beleza enfeitando um jardim. A sua exuberância se amplia no cenário da mata densa e maior significação reflete compondo a floresta.

2 foto lazaro piunti 5d236Convenhamos: o Meio Ambiente merece apreço por inteiro! Quão míope é o olhar humano, se não busca a projeção dos céus. Movido pela curiosidade, impulsionado pela Ciência ou estimulado pela Fé, o habitante terráqueo deve se curvar em respeito ao o Universo. Indecifrável, o infinito agasalharia uma constelação de céus? Na interpretação de Pedro Rates Henequim há, pelo menos, três céus. O 1º deles é frequentado pelas aves. No estágio seguinte, as nuvens o dominam. E no derradeiro dos céus, está o Paraíso, a Mansão dos justos, o Reino dos eleitos! (A Rainha e o Valete – O Reencontro – páginas 128/134). Tão fascinante definição da cosmologia custou caro a esse lusitano. Pedro Henequim nasceu em Lisboa dia 5 de abril de 1680, filho de cônsul holandês amasiado com uma bela jovem do Porto. Aos 10 anos, pai falecido e mãe de destino ignorado, o menino, de início aos cuidados de um funcionário diplomático, recebeu a acolhida de um padre, que fora amigo do seu pai. Estudou em Oeiras. Já moço, imigrou para o Brasil-Colônia, para fazer riqueza nas Minas Gerais, onde se dedicou à mineralogia, encontrou ouro e pedras preciosas. Desempenhou em paralelo a função de Escrivão das Execuções da Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. Possuía sólida cultura adquirida na juventude, com destaque para Filosofia e Teologia. A algibeira cheia, Pedro Rattes regressou a Portugal em 1722. Tinha 42 anos e cismas em relação ao mundo metafísico. Suas convicções provocaram a ira dos conterrâneos, em suas andanças pelos arredores de Lisboa. Em certa noite, convidado para régio banquete em Limoeiro, exagerara em suas análises quanto às Escrituras Sagradas. Dissera, sem acanhamento, existirem anjos machos e fêmeas; o fruto do pecado não era a Maçã, mas a Banana; o Éden se localizava na Bahia, território da Colônia do Brasil, onde viveram Adão e Eva. A Inquisição depressa abriu um processo contra ele. Porém, pesou muito a descoberta de que se fizera amigo do infante Dom Manuel que conspirava contra o próprio irmão, o monarca Dom João V. No fim, Pedro Rattes Henequim foi preso e sentenciado pela Santa Inquisição. A condenação foi pronunciada nos termos do Auto de Fé de 21 de junho de 1744. (“Executado por afogamento, o corpo foi levado à fogueira, reduzido a pó e as cinzas espalhadas ao vento” - Processo 4.864 – Livro do Tombo, Lisboa). Aos nos referirmos à Natureza sejamos humildes para aceitar o quanto há de mistério além de nossa vã filosofa!