Reinaldo Bressani
Existem lembranças das quais a gente não se cansa. Isso porque, elas têm o poder de restaurar o lado bom de um passado onde nós moldamos os afetos da alma; onde cultivamos o amor aos pais e aos irmãos. Enfim, à família, e também aos amigos.
Aquele tempo quando o lúdico criava fantasias que permeavam nossa infância com a magia de u’a mente florescente de sonhos próprios da infância: inocentes devaneios, criatividade, elos ao faz de conta, brincadeiras sem maldade.
Tempo de se iludir com o giro hipnótico pião, da sensação de poder voar igual os pássaros ou ao super-homem; de se encantar com os truques dos ilusionistas, com as peripécias dos palhaços circenses.
E, mesmo após a infância, já na fase adolescente, com os agitos com a “turma”; com o primeiro beijo; com o primeiro amor.
Lembranças de um tempo da vida que, não obstante os nossos desejos de poder revivê-los, trata-se de uma aspiração que transcende a capacidade humana.
Constituí, tão somente, uma fuga da realidade que já não nos permite sonhar com as asas da imaginação lúdica.
A não ser que esses sonhos sejam meras terapias voltadas ao alívio dos estresses do dia a dia, objetivando, apenas, a amenização de eventuais sentimentos de ausência de esperanças, relativamente àquilo que a vida possa nos dar de melhor: razões de viver.
Viver a realidade deste nosso mundo, no tempo de cada um, sem hesitar da confiança necessária que nos impõe a arte do bem viver... e conviver com os novos sonhos aos quais nos são dados sonhar.
Mesmo porque, são eles que, agora, dão sentido aos passos conducentes às conquistas capazes de impulsionar nosso futuro e de elevar nossa autoestima, garantindo-nos o poder do sorriso, bem como, de nos fascinarmos ante as cores do arco-íris e da beleza de um jardim florido, além de, porque não dizer, com o próprio poder de poder continuar acreditando.
Até mesmo porque nossa história é feita do tempo que nos é dado viver. E viver é preciso.