Quisera redigir um texto carregado de otimismo!
Uma crônica grávida de esperança!
Desafortunadamente a conjuntura se opõe.
Eis que na dor naufraga a circunstância.
Feito momento insólito!
E impulsiona o pensamento para os desvãos da nostalgia!
Tristeza infinda!
O planeta Terra, estreitado em seus limites, se contorce!
Há lamúrias! Almas choram!
O vírus gestado em solo do Oriente rompeu fronteiras!
No invisível, o minúsculo se agiganta!
Impune, ele ceifa vidas!
Despudoradamente! Liberto de freios!
Desafiando sapiências!
Estatísticas sinalizam o marco pavoroso:
Um milhão de mortos!
Governos titubeiam. Desprovidos de remédios e ideias!
As formulações de teses se desnudam. Fragilizadas!
Impotentes ante o mal.
E estratégias tantas desembocam em equívocos.
Alternativas soçobram.
E soluções se dissolvem no laboratório do fracasso.
A Ciência se apequena!
Enquanto necrópoles e cemitérios se empanturram de corpos!
Os fazedores de milagres por encomenda se calam!
O prometido resgate mediante a paga do dízimo virou pó!
E o espetáculo das curas midiáticas perdeu o brilho!
O mundo dos homens é frio!
Inodoro! Sem gosto! Ausente de perspectivas!
Vozes murmuram:
“Deus, ó Deus, onde estás que não respondes”?
E os que creem perseveram no silêncio.
Pois ainda resta o recurso da Fé!