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Lázaro Piunti

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Que posso escrever no diário,
Guardião do meu fadário, fiel depositário,
Ínfimo relicário, das minhas tristezas fúteis?
Eis uma observação tão mesquinha.
Anoto aqui em uma linha
(Ainda que seja minha a vontade que definha)
Vamos excluir coisas inúteis.
Esta alma ressequida/Não fugirá desta vida
A esperança consumida/ O coração em ferida,
E os ideais presos em arquivo.
Que resta então fazer? Sem alegria no viver/
Cada dia é um morrer. Nada mais dá prazer.
Do abandono sou cativo.
Queria como outrora/Cada dia e cada hora
Ajudar o irmão que chora/
Porém é tarde agora. Faz escuro e não canto.
Expulsar a depressão/Estender a todos a mão
Superar a solidão/ Cultivar luz no coração.
Do mundo enxugar o pranto.
Tentar mais uma vez. Na volúpia do talvez.
A vida seja amena!
Então resistirei! Seja iluminada a cena.
Amar sempre vale a pena!
Deus, ó Deus – me responde.
Onde?
Diário das coisas pequenas!

05-04-2010.

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