Di Bonetti
Quando chega dezembro o inconsciente coletivo entra em atividade e a humanidade se transforma.
Basta tomarmos o gole do discernimento que a mente se atenta para tudo que deixamos de fazer durante o ano todo e a corrida se instaura.
Todo ano é idêntico ao anterior, a sensação é sempre a mesma. Parecemos o tempo marcado pelo relógio que a cada 24 horas se reafirma.
Nos repetimos sempre. Somos seres que nos reverberamos constantemente. Estamos presos a essa reincidência e assim será até o fim dos tempos.
Mesmo a infância tendo sido perfeita, na casa dos avós, com natais honestos, bolas coloridas, presentes abrigados de véspera aos pés da enorme árvore, ainda progride esse gosto ácido que aflige.
Esse desconforto não se chama depressão, não foi batizado de trauma, tampouco está associado a acontecimentos infelizes.
Só uma sensação que devemos cumprimentar todos, que não é educado não responder aos cumprimentos. Temos que falar com os que consideramos amigos. Fica o vazio se não o fizermos.
E a lista do que poderíamos ter feito o ano todo, e não fizemos, grita em nossas mentes. Parece crianças buscando atenção.
O que nos conforta é que tudo passa, e, essa “catarse” vai desaparecer quando janeiro se apresentar com toda sua magnificência e ostentação, nos fazendo acreditar de que o ano que se inicia será melhor.
E tomara que seja… infinitamente melhor!