Chico Luz
Hoje cerram-se as portas do sacrilégio hotel, construído sobre os alicerces da demolição da Abadia de Santa Maria, um convento beneditino centenário, no coração de São Paulo, no planalto da Avenida Paulista.
No majestoso saguão do hotel, nota-se de baixo para cima, de ambos os lados corredores de acesso as suítes que hospedaram famosos artistas e celebres autoridades mundiais. Neste hall localiza-se a sua recepção, restaurantes e butiques de grifes famosas. É justamente neste local profano que fora Sagrado o Altar das celebrações das missas e dos ofícios das vésperas gregorianos. Na clausura ficavam as irmãs junto aos seus respectivos genuflexórios, vis-à-vis, e no centro a cripta da abadessa fundadora, Da. Gertrudes Cecília da Silva Prado. No coro ficava minha tia, irmã do meu pai, Maria Magdalena Payão Luz organista e prioresa, que abdicou da vacância da Abadessa a Madre Rosa de Queiroz Ferreira, OSB (1944 – 1978), em proveito da sua noviça, Madre Maria Tereza Amoroso Lima que era filha do Dr. Alceu Amoroso Lima, vulgo Tristão de Athayde. Ela foi a executora da transferência da Abadia para o convento recém construído no Tremembé.
Toda área construída do hotel era edificação do Mosteiro com seu claustro e Igreja construída e habitada em 24 de Novembro de 1911 e elevado em 25 de janeiro de 1918 pelo Papa Padre Bento XV, Mosteiro de Santa Maria a dignidade de Abadia.