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Geraldo Nunes

1942. Lá fora o mundo explode em conflito.
No Brasil, o resultado adverso gera lucros nas exportações e o poder econômico entre os empresários paulistas aumenta.
Já não existem somente cafeicultores endinheirados, mas novos ricos industriais do ramo de autopeças e eletrodomésticos.
Os europeus sofrem, mas São Paulo sobe às alturas e passa a ser chamada de “cidade que mais cresce no mundo.”
Tempo de vacas gordas, tudo se aprimorava, inclusive o entretenimento noturno nas noites de sábado.

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Bondes e ônibus passam a circular lotados até de madrugada conduzindo e depois levando de volta, pessoas que foram aos cinemas, teatros, bares.
A Avenida São João se transforma na Broadway Paulistana.
Quanto aos domingos, estes seguiam sendo dedicados às missas, às macarronadas e ao futebol.
O estádio do Pacaembu, recém-inaugurado, passa a receber plateias imensas.
Só faltava dentro de campo alguém representativo para ressaltar a grandeza de São Paulo.

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Em 1942, chega à capital paulista, o melhor jogador de futebol daqueles tempos, Leônidas da Silva, o maioral.
Aguerrido e falador, dentro e fora de campo, nada nem ninguém o intimida.
Gigante com a bola nos pés, recebe elogios a cada jogo. 
A imprensa passa a chamá-lo de Homem-Borracha e depois Diamante Negro.
Nos dias de hoje, o termo seria considerado politicamente incorreto, mas na época serviu até de marca para um chocolate.

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Leônidas da Silva foi daqueles jogadores repletos de glamour à sua volta. Mitológico, tinha a capacidade incrível de fazer “gols de bicicleta”.
Pena que não chegamos a vê-lo jogar, mas os que viram, diziam maravilhas dele. 

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Artilheiro da Copa de 1938, encerrou sua carreira de jogador em 1949, mas se quisesse continuar teria participado da Copa do Mundo de 1950.
Se fosse com certeza seríamos campeões, porque ele não admitia derrotas especialmente na partida final.
Foi o primeiro ex-atleta a comentar jogos no rádio:
“Aquele que conhece porque já esteve lá”, dizia Joseval Peixoto, ao chamá-lo durante as partidas.
O narrador esportivo que também entende de política usava apenas a primeira palavra de seu codinome: “Deixa cair, Diamante!”
Em seguida emissora colocava no ar a trilha sonora:
Como é, como é, Diamante.
Você que vale por três.
Este jogo, este jogo, é bom mesmo.
Bola, é pelada outra vez!”

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Leônidas, o Diamante Eterno!