O Clube de Regatas Vasco da Gama tem respeitável História de integração racial. Começa com Cândido José Araújo, um negro eleito presidente em 1904, apenas 16 anos após a abolição da escravatura.
Enquanto os grandes Clubes do futebol carioca rejeitavam jogadores negros ou pardos em suas fileiras, o Vasco acolhia qualquer garoto bom de bola nascido no coração da periferia. Campeão da 2ª Divisão, o Vasco obteve o direito de disputar em 1923 a Divisão Principal e ganhou o título carioca, impondo-se aos poderosos Botafogo, América, Flamengo e Fluminense. A primazia irritou a elite. Criou-se nova Liga, denominada AMEA - Associação Metropolitana de Esportes Atheticos – cujo Regulamento excluía atletas que não soubessem ler e escrever, ou exercessem profissão considerada humilhante. A medida atingia o Vasco, onde atuavam operários, choferes, estivadores. Doze entre os principais jogadores eram negros ou mulatos. O Vasco reagiu a essa afronta e só lhe restou disputar o esvaziado certame na antiga Liga Metropolitana de Desportes Terrestres. A reação popular foi enorme e os clubes arianos incluíram o Vasco no ano seguinte, mas, inconformados, impuseram nova exigência: campo próprio para participação no torneio. O povo socorreu o clube cruzmaltino com a rápida construção do gigantesco estádio de São Januário, inaugurado festivamente em 21 de abril de 1927 e iluminado no ano seguinte. O 1º estádio iluminado no País.
O Vasco é pioneiro na instalação de escolas de ensino fundamental e curso médio. Possui quadras, campos de futebol e pistas de atletismo, ginásio poliesportivo e moderno departamento de fisiologia. Investe em todas as modalidades e prioriza oportunidades aos adolescentes pobres. Na preparação da expedição à Itália, os pracinhas vindos do norte e nordeste convocados pela FEB alojaram-se nas dependências vascaínas. E os torcedores se cotizaram doando dois aviões à FAB e um telescópio à Marinha. O Vasco apoia campanhas assistenciais e filantrópicas - institucionais ou não – visando o bem comum. Fundado em 21 de agosto de 1898, coleciona trajetória enriquecida de destacados atletas: Ademir e o goleiro Barbosa, vice-campeões mundiais na Copa de 1950; Bellini, Orlando e Vavá, campeões mundiais em 1958 na Suécia; Romário e Bebeto - campeões mundiais em 1994; Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico em salto triplo.
O VASCO merece respeito!
Lázaro Piunti –