Com certeza, a primeira. Aliás, o dicionário do meu computador não aceitou a segunda.
Então, o que fazer?!
Até o ano de 2008 a palavra utilizada era Paraolimpíadas. Mas, segundo consta, em Novembro de 2011, durante o lançamento da logomarca dos Jogos Paraolímpicos/Paralímpicos de 2016, no Rio, o nome dos jogos perdeu a letra “o” e, simplesmente, sem mais nem menos, passou a ser chamado Paralimpíada, a pedido do Comitê Paralímpico Internacional.
A intenção foi igualar o nome ao uso de todos os outros países de língua portuguesa: Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas. Ainda, a palavra “olimpíada” é referente à outra organização esportiva, o Comitê Olímpico Internacional.
Também, nessa esteira de explicar o inexplicável: em inglês, “paralympic” que mistura o inicio do termo “paraplegic” com o final de “olympics” para designar o atleta paralímpico.
Será que o Comitê Internacional, Comitê Nacional ou outro comitê qualquer é detentor do poder absoluto, a ponto de modificar, alterar a mais comezinha norma linguística de outro país?!
Assim, de uma hora para outra, simplesmente, riscaram de nossos dicionários a forma antiga, corretíssima: paraolimpíada e paraolímpico!
Também, não há como se pautar na língua inglesa, como se esta fora a senhora de nosso vernáculo, para justificar tal aberração linguística? Com efeito! É ferir de morte - assassinato em primeiro grau - a nossa língua pátria! Língua que, assim como os símbolos nacionais, é o retrato maior da nação!
Ora, se na língua inglesa ou outra qualquer existe um processo de formação das palavras, seja qual for, obviamente, nada temos a ver com isso, eis que temos nossas próprias regras do vernáculo.
Assim, inadmissível que este ou aquele imperativo, seja a que titulo for, venha a comandar, alterar uma palavra já incorporada em nossos dicionários, em nosso idioma.
E não se argumente que os países de origem lusófona aceitaram e que, em decorrência, tenhamos que seguir (obedecer) o mesmo caminho, por uma questão de também adotarmos o mesmo idioma. NÃO. Há que preponderar, a qualquer custo, acima de quaisquer imperativos de Comitês Nacionais ou Internacionais, a obediência às nossas regras de formação das palavras de nossa língua (Brasil).
A se seguir, manter tais aberrações, formas esdrúxulas, indubitavelmente, estaremos caminhando para o enfraquecimento do idioma pátrio.
Vez por outra, encontramos novos vocábulos, quer em algum texto literário, jornalístico, na Internet. Todavia, não quer dizer sejam corretos e devam ser incorporados à língua-mãe.
Paraolimpíada é a forma correta, onde o prefixo “para” de origem grega, que significa, entre outras coisas: “paralelo, semelhante”, daí paraolimpíada significar evento regular, paralelo à tradicional Olimpíada!
Onde os cultores da língua, do bom vernáculo, jornalistas, educadores e que tais (exceção à ínfima parcela), que, silentes, permitiram tal modificação, verdadeira aberração?!
Há que se lutar para a preservação, a identidade de nossa língua, sob pena de sua descaracterização. Doa a quem doer.
Enquanto isso, vamos aos Jogos Paraolímpicos (Paralímpicos) de Tóquio 2020, no próximo dia 23 de Agosto de 2021 (= Ano diverso devido à Pandemia de Covid 19), às 8:00 horas de Brasília.
Frances de Azevedo - Cadeira 39 da ACL - Agosto/2021
- S: (Texto de 2012, ora reescrito).