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  • Fonte: José Renato Nalini

Nalini 7 216e8Hoje, quinta-feira, 22 de abril de 2021, o Brasil será um dos quarenta convidados de Joe Biden para um encontro virtual em que se discutirá o compromisso assumido de reduzir as emissões de carbono. Estas, como é por todos sabido e comprovado pela ciência, causam o nefasto “efeito estufa”. Ele já está acarretando drásticas mudanças climáticas no mundo inteiro. Pequenas ilhas já foram tragadas pela elevação do nível do mar. Tsunamis, inundações, secas, terremotos, tudo faz parte da resposta da Terra para a maldade humana.

O Brasil já foi líder ecológico desde a década de setenta. Não havia ainda Ministério do Meio Ambiente, mas existiam pessoas como Paulo Nogueira Neto, o primeiro Secretário do Meio Ambiente, que permaneceu durante longo período à frente dessa Pasta, posteriormente convertida em Ministério. Homem sensato, cientista renomado, prudente e sereno, conseguiu a façanha de unir situação e oposição e produzir a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, que este ano completa quatro décadas. Essa lei antecipou a Constituição Cidadã de 1988, que produziu a mais bela norma fundamental do século XX, o artigo 225. Ele assegurou sadia qualidade de vida a todas as gerações: as presentes e as vindouras.

Tivemos depois uma enorme Convenção da ONU, em 1992, da qual resultou o Acordo do Clima. A ECO 92 consolidou a posição do Brasil como a nação mais promissora na tutela ambiental.

Em seguida, começou o retrocesso. Revogou-se o Código Florestal, o Brasil recuou até na base principiológica nas reuniões decenais da ONU que se seguiram à do Rio.

Mas nada ainda havia chegado ao surrealismo presente. Ministro que quer “soltar a boiada” da desregulamentação, recusa à ajuda internacional que sustentava os Fundos da Amazônia, proteção a madeireiros que destroem florestas, anistia aos exterminadores do futuro, desmanche de toda a estrutura protetiva, longa e dificilmente construída durante décadas.

Agora há um Joe Biden pensando no clima e um John Kerry com experiência no setor. Eles querem resultados e não promessas. Ação e não retórica. Da maturidade do Brasil nessa reunião dependerá o futuro das crianças que estão nascendo e vão encontrar a floresta amazônica depauperada, destruída em sua maior parte.

Os bons brasileiros têm de exercer cerrada marcação sobre os representantes do Brasil nesse encontro. Cobrar deles seriedade. Exigir observância dos compromissos internacionais. Não é para obedecer aos estrangeiros. É para salvar nossa gente.

*José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE, Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022, e, ocupa a Cadeira de nº 8 na ACL

 

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