Uma vez que essa coluna tem como ponto de origem a cidade do Rio de Janeiro, imagino que os leitores farroupilhenses estejam querendo receber notícias da grande metrópole...
Neste espaço semanal, que doravante pretendo ocupar com regularidade, não é minha intenção competir com a eficiência e rapidez que caracteriza o jornalismo moderno. Para informar sobre os acontecimentos nacionais e estrangeiros, aí estão os jornais, as revistas e, principalmente a televisão, ao alcance de todos. Só não é informado quem não quer e, ainda assim, está no seu direito.
Apesar de estar abraçando o jornalismo como segunda opção de trabalho, depois da minha profissão como aeronauta, tenho minhas restrições quanto à avalanche de informações despejadas diariamente, via TV, nos lares brasileiros. Fatos de grande importância são abordados na sua superficialidade enquanto que outros, menos significativos, são tratados com grande destaque. Abusa-se do sensacionalismo e de tantos outros artifícios da parafernália eletrônica para prender a atenção do telespectador.
Os plins plins, na minha opinião, são os maiores inibidores da intimidade das pessoas. Estando toda a atenção voltada para o vídeo, as conversas em família e os diálogos com os amigos vão se tornando cada vez mais raros.
Não precisa ser visionário para se perceber que a alienação está tomando conta do ser humano. Basta olhar um pouco além da TV. Longe vai o tempo em que a noite enluarada servia de inspiração aos enamorados. As mudanças são tantas, nesta era das comunicações, que namorar, no sentido clássico do termo, está ficando fora de moda. A onda, agora, em vez de namorar, é ficar assistindo Namoro na TV.
Não pretendia fazer uma crítica específica à televisão brasileira, mas aos meios de comunicação de modo geral, na medida em que eles, na maioria das vezes, estão muito mais ligados aos interesses particulares dos seus proprietários e dirigentes do que com a transmissão das informações e os esclarecimentos dos fatos que realmente importam à população. Assim como existem notícias tendenciosas em alguns veículos impressos, existem também programações televisivas que, por trás da aparente intenção de entreter e distrair o telespectador tem na verdade o intuito de fazer dele um ser alienado e sem vontade própria. A partir daí é muito fácil manipular corações e mentes.
Uma vez formada em Comunicação Social, nada me impede de trabalhar em rádio ou televisão. Mas optei pelo jornalismo impresso porque acredito que a palavra escrita tem mais força para nos fazer pensar e refletir. E isto para mim é essencial. Assim, fazendo uso das faculdades que Deus me deu, eu gostaria que, além de um meio de informação, os meus artigos fossem um convite à reflexão.
Convido os leitores a andarem comigo, através dos meus artigos, não só pelo Rio de Janeiro, mas também por todos os lugares aonde eu andar. Sempre com o coração aberto e os olhos atentos. Pois é assim que eu ando pelo mundo.