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Preenchimento das Cadeiras

A Academia Cristã de Letras, fundada em 14 de abril de 1967, não iniciou suas atividades com as 40 cadeiras ativas. Ao contrário, o preenchimento das vagas foi parcimonioso e lento ao longo dos anos. Por vezes, chegou-se a eleger um candidato que acabou não tomando posse de sua respectiva cadeira. A ordem do preenchimento das cadeiras foi, regra-geral, numérica por ocasião da eleição, ou seja, do no 1 ao no 40.

Em 1o de dezembro de 1967 tomaram posse simultaneamente 10 acadêmicos: Sérgio Carlos Covello, cadeira no 1 – patrono Machado de Assis; Benedicto Rodrigues Aranha, cadeira no 2 – patronesse Francisca Júlia; Antonio Lafayette Natividade, cadeira no 3 – patrono Martins Fontes; Nicola de Stefano, cadeira no 4 – patrono Dante Alighieri; Bernardo Pedroso, cadeira no 5 – patrono Vicente de Carvalho; Afonso Vicente Ferreira, cadeira no 6 – patrono Catulo da Paixão Cearense; José Flávio Malheiros Leite, cadeira no 7 – patrono Castro Alves; Benevides Beraldo, cadeira no 8 – patrono Padre Belchior de Pontes; Júlio Augusto de Mello e Silva Filho, cadeira no 9 – patrono Visconde de Cairu; e Isaias Castro Júnior, cadeira no 10 – patrono Visconde de Taunay.

Cadeira no 7
Os relatórios anuais da diretoria desde 1976, que se referem a esse ano e a dois transatos, até o ano de 1981, mostram que a cadeira no 7, cujo patrono é Castro Alves, foi fundada por José Flávio Malheiros Leite com data da posse em 1o de dezembro de 1967.
Por sua vez, já fora consignado no relatório da diretoria de 1977 que José Flávio Malheiros Leite, era considerado “acadêmico inativo”, pois não comparecia e nem se comunicava com a Academia.
Entretanto, no relatório da diretoria de 1982, consta sem maiores explicações, os seguintes dizeres: Declarada Vaga a Ocupação da Cadeira no 7 – Foi também considerada vaga por decisão exposta e aprovada em Assembléia Geral Extraordinária de 12 de dezembro de 1981, a ocupação da cadeia no 7, tendo como patrono Castro Alves.
No final do mesmo relatório consta que o titular da referida cadeira é Luiz Wanderley Torres, sem nenhuma menção ao possível fundador José Flávio Malheiros Leite.
Da mesma forma, seu nome não foi novamente mencionado na relação dos acadêmicos expostos ao final do 4o fascículo da Revista da Academia publicado em outubro de 1983.
O nome de José Flávio Malheiros Leite foi reabilitado solenemente como fundador da cadeira no 7 na “Revista Comemorativa dos 35 anos da Academia Cristã de Letras” editada em 2002, pelo então presidente, Adolfo Lemes Gilioli.

Cadeira no 10
Embora no relatório anual de entidade de 1976 constasse que Isaias Castro Júnior fosse o titular da cadeira no 10, nada foi encontrado a seu respeito no acervo da Academia, a não ser que “estava desaparecido havia muitos anos”. Ao contrário, consta com farta documentação, que o fundador da cadeira no 10 foi Tácito Remi de Macedo van Langendonck tendo escolhido para patronesse Marie Barbe Antoinette Rutgeerts van Langendonck.
Eis o que está registrado ipsis litteris no Relatório Anual de 1979: Por decisão unânime dos Acadêmicos presentes à Assembléia Geral Extraordinária realizada a 31 de janeiro de 1978, convocada especialmente para deliberar sobre o assunto, foi tornado sem efeito o preenchimento da Cadeira nº 10, cujo eleito, Isaias Castro Júnior, inscrito sob o pseudônimo de Lamartine de Taunay, tendo como seu patrono o escritor Visconde de Taunay, em 1o de dezembro de 1967, sob a condição sine qua non da apresentação posterior da sua tese em data a ser previamente fixada, a fim de efetivar a sua posse em caráter vitalício. Entretanto, há mais de dez anos, isto é, desde 29 de novembro de 1968, não mais foi visto às reuniões da Academia, ignorando esta, por completo, o seu paradeiro, apesar das inúmeras e infrutíferas gestões feitas nesse sentido nos últimos cinco anos. Assim, diante daquela decisão, foi considerada, para todos os efeitos, vaga e sem Patrono a Cadeira de no 10 desta Academia.

Em 1968 houve o preenchimento de duas vagas: dom Dylmar Corrêa Baldoino Costa tomou posse aos 23 de março na cadeira no 11, cujo patrono é o padre José de Anchieta, e Maria Semíramis Miranda Mourão tomou posse aos 29 de novembro na cadeira no 12, cuja patronesse é Cecília Meireles.
Em 1969 houve o preenchimento de mais duas cadeiras: general José Bresser da Silveira tomou posse da cadeira no 13, em 26 de março, cujo patrono é Miguel Couto, e Maria Rosa Caldas Moreira Lima tomou posse aos 16 de maio na cadeira no 14, cujo patrono é Assis Chateaubriand Bandeira de Mello.
Em 14 de outubro de 1970, Lorenza Hernandez Della Cruz Maldonado tomou posse da cadeira no 15, cuja patronesse é Santa Terezinha d’Avilla.
A cadeira no 16, cujo patrono é Coelho Neto, foi inaugurada em 19 de novembro de 1971 com Genaro Lobo (figura 1).

Figura 1 – Convite de posse mais antigo encontrado na Academia Cristã de Letras (19 de novembro de 1971), referente ao professor Genaro Lobo, fundador da cadeira no16, cujo patrono é Coelho Neto.

A cadeira no 17, cujo patrono é José Carlos de Macedo Soares, foi inaugurada por Alcindo Brito, em 11 de agosto de 1972.
Em 1973 houve o preenchimento de três cadeiras: Hugo Schlesinger tomou posse em 21 de maio na cadeira no 18, cujo patrono é Oswaldo Aranha; Jorge Bertolasso Stella tomou posse em 28 de junho na cadeira no 19, cujo patrono é Rafael Petazzoni, e Maria de Lourdes Teixeira Santos tomou posse na cadeira no 20, em 4 de outubro de 1973, cujo patrono é Gustavo Teixeira.
Em 1974 houve o preenchimento de outras três cadeiras: Gastão Pereira da Silva tomou posse na cadeira no 21, em 28 de junho, cujo patrono é Sigmund Freud; Kyélce Amazonas Correia tomou posse na cadeira no 22, em 26 de setembro, cujo patrono é Santo Agostinho, e Adérito Augusto de Moraes Calado tomou posse na cadeira no 23, em 24 de outubro, cujo patrono é dom Duarte Leopoldo e Silva.
Em 1975 houve o preenchimento de mais quatro cadeiras: José Eugênio de Paula Assis tomou posse na cadeira no 24, em 27 de fevereiro, cujo patrono é Paulo Setúbal; Ruy de Azevedo Sodré tomou posse na cadeira no 25, em 24 de abril, cujo patrono é Ruy Barbosa; Hélio Falchi tomou posse na cadeira nº 26, aos 26 de junho, cujo patrono é o Apóstolo São Paulo; e Eurico Branco Ribeiro tomou posse em 27 de novembro na cadeira no 27, cujo patrono é São Lucas.
Em 1976 houve o preenchimento de outras cinco cadeiras: Frederico Perry Vidal tomou posse na cadeira no 28, em 25 de maio, cujo patrono é frei dom Antonio Manoel de Vilhena; José Tavares de Miranda tomou posse em 19 de março na cadeira no 29, cujo patrono é São José, o Carpinteiro; Hugo Beolchi Júnior tomou posse na cadeira no 30, em 30 de setembro, cujo patrono é Rodrigues de Abreu; Paulo Pereira dos Reis tomou posse na cadeira no 31, em 8 de julho, cujo patrono é Aroldo de Azevedo; Manoel Vitor tomou posse na cadeira no 32, em 21 de outubro, cujo patrono é Santo Antônio de Pádua e de Lisboa.
O número de 40 cadeiras foi teoricamente preenchido na Assembléia Geral Extraordinária de 19 de agosto de 1976 com a eleição dos seguintes acadêmicos: Armandino Seabra, Carlos Coelho de Faria, Geraldo Dutra de Moraes, padre Hélio Abranches Viotti, Paulo Zingg, Pedro Brasil Bandecchi e Zilda Xavier Polastro.
Ao final de 1976 havia 24 acadêmicos em atividade, 6 acadêmicos inativos, 3 acadêmicos falecidos e 7 eleitos e ainda não empossados.
Os acadêmicos inativos eram: Isaias de Castro Júnior – desaparecido havia muitos anos; Jorge Bertolaso Stella – freqüência dispensada por motivos de saúde, além de contar com 88 anos de idade; José Flávio Malheiros Leite – por motivo de doença prolongada em pessoa da família; José Tavares de Miranda – tomou posse e não mais compareceu, por impossibilidade profissional; Maria Rosa Caldas Moreira Lima – freqüência dispensada, por motivo particular relevante; Sérgio Carlos Covello – por ter dissentido e se afastado.
Em 1977 houve o preenchimento de mais cinco cadeiras: Pedro Brasil Bandecchi tomou posse em 17 de novembro na cadeira no 33, cujo patrono é Juscelino Kubitschek de Oliveira; Paulo Zingg tomou posse em 15 de julho da cadeira no 34, cujo patrono é padre Diogo Antônio Feijó; Geraldo Dutra de Moraes tomou posse na cadeira no 35, em 17 de março, cujo patrono é Tomás Antônio Gonzaga; o padre Hélio Abranches Viotti tomou posse na cadeira no 36, em 19 de maio, cujo patrono é padre Antônio Vieira, o grande; e Mario Savelli tomou posse na cadeira no 37, em 26 de novembro, cujo patrono é São João Bosco.

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Em 1977 a Academia Cristã de Letras tinha 29 membros ativos, 3 falecidos (Benedicto Rodrigues Aranha, Bernardo Pedroso e Julio Augusto de Mello e Silva Filho); 5 inativos pelos seguintes motivos: Isaias de Castro Júnior – Desaparecido há dez anos; Jorge Bertolaso Stella – Freqüência dispensada por motivo de saúde, além de contar com 89 anos de idade; José Flávio Malheiros Leite – Não comparecia e nem se comunicava com a Academia; José Tavares de Miranda – Tomou posse e não mais compareceu, por impossibilidade profissional; Sérgio Carlos Covello – Por ter dissentido e se afastado.
Havia, outrossim, quatro acadêmicos eleitos que ainda não tinham tomado posse, a saber: Armandino Seabra, Carlos Coelho de Faria, José Pedro Leite Cordeiro e Zilda Xavier Polastro.

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Em 1978 houve o preenchimento de outras duas cadeiras: Armandino Seabra tomou posse em 12 de maio na cadeira no 38, cujo patrono é o brigadeiro José Vieira Couto de Magalhães, e Carlos Coelho de Faria tomou posse na cadeira nº 39, aos 6 de abril, cuja patronesse é madre Maria Teodora Voiron.

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Cadeira no 40
Zilda Xavier Polastro foi eleita em 1976 para a cadeira no 40, cujo patrono seria Humberto de Campos. Entretanto, o tempo passou e a eleita adoeceu, vindo posteriormente a falecer, não chegando a tomar posse. A cadeira só foi inaugurada em 8 de outubro de 1982 com a posse de Afiz Sadi, que escolheu Gibran Khalil Gibran como seu patrono.
No Relatório Anual de 1982 está assim consignada a anulação da ocupação da cadeira no 40: Em virtude de não ter podido tomar posse da cadeira no 40, que teria como Patrono Humberto de Campos, por motivo de doença, e de conformidade com as disposições estatutárias, deixa de ocupar, de pleno acordo, a referida cadeira, a consagrada poetisa Zilda Xavier Polastro. Assim, essa cadeira, para todos os efeitos foi declarada vaga.