Raquel Naveira
Não há mais vinho!
O mosto está triste,
A vinha murcha,
Meu coração alegre
Agora suspira.
Eu, a noiva,
Cheia de júbilo,
Olhava os convivas
Cantando,
Bebendo vinho.
Eu, a noiva,
Que colhera uvas tintureiras
Para o tônico estimulante,
Dançava ao som dos tambores
E da cítara!
Onde o aroma
Que saía das talhas de pedra
E embriagava de prazer?
Restou um licor amargo
De frutas ácidas e prematuras.
Senhor,
Não há mais vinho
E quero festa.