Homenagem a acadêmica Raquel Naveira que tanto canta sua terra
A pujante natureza Sul-mato-grossense
Dá viço à sensibilidade de sua gente
E, vista de um olhar que bem nos convence,
Revela-nos uma soberana imagem cogente.
Traz-nos detalhes magníficos e pródigos
(Que seriam utópicos, não fossem verdadeiros)
De suas campinas, suas distâncias, seus perigos,
E de suas águas de majestoso vigor pantaneiro.
A Serra de Maracaju, de picos desnudos beijando os céus,
À qual, o Sol apresenta seus raios primeiros.
Os rios sinuosos, de correntezas insanas levadas ao léu,
São fontes de vida a um povo luzeiro.
Na mata perene, a onça pintada impera imponente,
Enquanto nas águas, jacarés e piranhas
São temidos por todos, por razões evidentes.
Também, não menos temidas são as esguias ariranhas.
Ainda, pelos cerrados, cascavéis chacoalhando seus anéis,
Impõem intenso pavor e medo do mortal veneno,
Que seus efeitos são as dores mais atrozes e cruéis.
E, se não houver o antídoto, o sofrimento será obsceno.
Por outro lado, o ecoar do canto triste e encantado da seriema
- Tão marcante e tão característico -,
É fator que, juntamente com a pernalta e castiça ema,
Inspira violeiros e cantadores aos seus cantos místicos.
É um panorama que incita a imaginação
Captada de suas belezas e magias naturais.
Aos olhos, essa natureza encanta a cada impressão
Revelada por um cosmos fluido de aromas florais.
Pois, um olhar imagético sobre essa natureza vibrante,
Revela-nos um sentimento singular e romântico
Que nos leva a poetizar essas riquezas tão abundantes
E de cromodinâmica tal que nos inspira este cântico.
Já, à noitinha, as estrelas que salpicam os belos prados,
Convidam os menestréis a entoarem resssoantes encantos
Nas rodas de tereré e cantos acendrados
- Glória pantaneira bordejada de pirilampos.
Esse ambiente sertanejo e castiço,
Repleto de nuances exóticas e belas,
É pleno de elementos de cores e viço
À messe desse chão de candentes aquarelas.
Mato Grosso do Sul – pujante natureza brasileira –,
Linda terra das pintadas e tuiuiús,
Também dos fluidos da Serra de Maracaju
E da expressiva poética de Manoel de Barros e Raquel Naveira.