Quero-quero disputando
Seu espaço lá no campo,
Cada vez que a bola chega
Vem perigo qual relampo.
Defendendo o território
Onde os ovos são plantados,
A ferinha roda as asas
Contra intrusos abusados.
Rola a bola, voa o quero,
E atrás, um batalhão.
Pisam, batem pra valer...
Quero-quero tem vez não.
Desespero toma conta
Com a injusta agressão.
Duas horas de pavor
Que só traz destruição.
Logo o ninho destruído
Haverá de ser refeito.
E já que o quero é teimoso
Vai fazê-lo... não tem jeito!
E quando termina o jogo,
Lá vai ele novamente...
Como dono do gramado,
Toma conta do ambiente.
A cidade exterminou
Os locais de criação.
Resta ao quero tais espaços...
Não lhe deixam opção.
A TV exibe os fatos...
Já não dá pra ignorar.
Desequilíbrio ambiental
Causa dor e faz chorar.
Reinaldo Bressani - Cadeira nº 15 da ACL