Tudo passa!
O efeito da cachaça
O veneno da fumaça
O pão feito da massa.
Ave! Cheia de graça
De quem ama e abraça
No deserto da praça
A neblina que embaça
A noite que ameaça
No fluir da desgraça
No licor rubro na taça.
Tanta pressa!
Ferida sem compressa
É a traição da promessa
Golpe que arremessa
A flecha que atravessa
A flor morta depressa.
Tanto frio!
Na esperança por um fio
Na água turva do rio
Na mandinga no desvio
Da estrada em desvario
No vagido e no cicio
Do óvulo tardio
Da vespa crespa no cio.
O meu sim!
A vida próxima ao fim/Desvestida de cetim
O grito dentro de mim/O adeus. Enfim...
Assim!
Lázaro Piunti - 25/03/25.