Slide
  • Fonte: Márcia Etelli Coelho

Homenagem aos filmes vencedores do Oscar

 

Saindo da tela, de longe se avista
personas que contam histórias de um povo.
Estrelas nascidas com alma de artista
desfilam qual Páscoa em carruagens de fogo.

No embalo da noite, um coração valente,
estranho no ninho, se faz gladiador.
Um mago aprendiz em silêncio, inocente,
no Bem urbaniza o amor, sublime amor.

Noviça rebelde conversa com aquela
que na forma da água vence a timidez.
Na dança com lobos La Land revela
que um vil cidadão caça andróide e ETs.

Com rastros de ódio, talvez psicose,
a rede intriga o tigre e o dragão.
Titânico amor sobrevive à morte.
Um guia exorciza o poder do chefão.

Os homens caminham, assim, sem destino,
sob a luz do luar, cantando na chuva.
E a linda mulher com um sexto sentido
protege o garoto enlaçando ternura.

Em tempos modernos o grande avatar
espera um milagre no campo dos sonhos.
O céu testemunha e até pode esperar
que na casa branca haja um sol para todos.

Senhor dos anéis no retorno decreta
que a arca perdida é uma grande ilusão.
Discurso do rei diz que a vida é tão bela.
Melhor? Impossível... Que venha a missão.

Tudo em todo o lugar ao mesmo tempo,
de Coda e Oppenheimer eu não me esqueci.
E digo a Anora com leal sentimento
que agora e sempre ainda estou aqui.

Pois eu, cisne negro, sonhei liberdade.
Da lista, porém, quase nada restou.
Vestígios do dia: suplício e saudade
de um paradiso que o vento levou.