Poema Inspirado na obra de Emily Dickinson
A salvo em seu quarto Ninguém recordava
os sonhos felizes de um jovem rapaz
que a vida tão breve ao mar se mostrava,
querendo, sem preço, o prazer de ter mais.
Um quadro lembrava que ali existia
histórias antigas ocultas na flor.
O tempo, porém, sem pudor, fugiria,
talvez pra testar outra forma de dor.
A dor de um vazio pela morte que para...
Um livro fechado sem nunca se ler.
Com voz solitária Ninguém se prepara
pra abrir em palavras o dom de viver.
Saudade ametista nas noites serenas
espera com calma chegar novo bem.
Reclusos no quarto, restavam apenas
os ecos dos sonhos, o quadro e Ninguém.