Hoje eu não vou chorar,
mesmo ao ver que a lua está nascendo sozinha.
Prefiro adiar o meu pranto
para quando o coração se esquecer da vida
e as árvores secas abrigarem ninhos vazios.
Quando eu não mais tiver raízes
e somente a brisa perguntar pela minha alma
que, violeta, começará a voar para a eternidade.
Quando o mar estiver silente
na melancolia de uma tarde malva
e os sonhos desistirem das estrelas.
Quem sabe, nem mesmo assim...
Talvez eu só chore em um jardim distante
quando após a viagem definitiva
chegar a hora verde de eu não mais ser eu
e apenas restar o canto dos pássaros.
Pode ser até que, ao brindar esse dia,
eu transforme o choro em riso
ao ver a indelével magia
da lua nascendo... Comigo!