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Dóli de Castro Ferreira

MÃOS DADAS

Como a chuva redentora
Introduz-se na terra seca
Para nela renovar a vida,
Nos reunimos em torno desta mesa,
Em prosa acadêmica e poética,
Referências amigáveis,
Reforços de laços.

Lamentamos perdas,
Somamos as conquistas,
Arquitetamos os propósitos.

Invocados no espírito cristão,
Em amálgama projetiva,
Renovamo-nos.

Francisco, que é santo,
Plenifica-nos de sol e luz,
Nos propósitos da fundamental questão humana,
Para reconhecermo-nos solidários
Mantidas as diferenças,
As idiossincrasias e as esperanças.

Somos humanos falíveis.
Precisamos de sol e de chuva,
E de amor, como na Carta do apóstolo João.

Praticantes da beleza,
Na estética pura,
Codificada de tempo,
Nas armadilhas do contemporâneo misterioso,
Tecemos o complexo ambíguo dos significados,
Enquanto as Parcas tramam
Tessituras eventualizadas.