
PATRONOS Academia Cristã de Letras
Clube Piratininga... 14 de abril de 1967
No plano celeste,
patronos se alinham em harmonia
para abençoar uma nova Academia.
Machado de Assis se apresenta primeiro
na resiliência de ser pioneiro.
E Francisca Júlia, musa impassível,
com rigor afirma que o sonho é possível.
Martins Fontes esboça, em verso, um sorriso,
pois Dante Alighieri ali encontra um paraíso.
Vicente de Carvalho, atento ao presente,
se une ao Catulo da Paixão Cearense.
Uma voz celebra a total liberdade,
Castro Alves entoa o valor da igualdade.
O devoto Padre Belchior de Pontes,
com José da Silva Lisboa, o visconde,
Marie Langendock, de bom coração,
e José de Anchieta apoiam a missão.
Cecília Meireles desfaz incertezas
com isto... aquilo... e outras tantas belezas.
Miguel Couto saúda o novo amanhã,
do olhar sonhador de Assis Chateaubriand
da fé prazenteira de Teresa D’Ávila
da lei que, em Coelho Neto, se faz plácida.
Macedo Soares aprova a façanha
com a grata harmonia de Graça Aranha.
Rafael Petazzoni pesquisa histórias,
Gustavo Teixeira verseja memórias.
Sigmund Freud ensina se enxergar,
vencer qualquer medo com brilho no olhar.
A trilha é mais leve com Santo Agostinho
dizendo que a fé acompanha o caminho.
Dom Duarte concede o escudo da alma
e Paulo Setúbal, no sonho, esmeralda.
Com sábias palavras, chega Rui Barbosa
e tal qual São Paulo diz verdades em prosa.
São Lucas transmite o amor de Jesus,
pois Ele, no fundo, é quem sempre conduz.
Respeito se une ao grão mestre Vilhena
quando o acolhedor São José entra em cena
O poeta noturno, Rodrigues de Abreu,
se agrega a Azevedo e ilumina o breu.
Por real compaixão, Santo Antônio de Pádua
multiplica dons, subtrai toda mágoa.
Vendo o futuro, vida longa e certeira,
surge Juscelino Kubitschek de Oliveira.
E o Padre Feijó vem com Antônio Gonzaga:
Ninguém está só nessa longa jornada.
Antônio Vieira com ação integral,
Dom Bosco com a crença em cada ideal.
Vieira Couto com justa e fiel liderança,
Madre Teodora, venerável esperança.
Do jardim secreto onde o amor é o que importa,
Gibran Kalil Gibran traz a chave da porta.
Quarenta cadeiras, então, se iluminam.
O maior patrono, enfim, se aproxima.
E os passos fraternos de cada aprendiz
recebem a paz de Francisco De Assis.
