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  • Fonte: Paccelli José Maracci Zahler

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A Sabedoria não reside em altares
Nem em volumes densos, de capa opulenta.
É um coração que escuta os pesares,
Uma alma atenta, que a dor não afugenta.

Não veste púrpura, nem tem brilho vão
De quem pensa saber, mas apenas repete.
É a calma firme após o furacão,
Um olhar que entende o que o silêncio promete.

No mosaico frágil de cada ilusão que cai,
Desvela-se a fibra do ser, sua essência crua.
Na curva do tempo, onde o presságio trai,
A real riqueza que o tempo não recusa.

É compasso lento de quem já viu o abismo,
E voltou com a poeira fina nos sapatos.
Sem a pose austera do dogmatismo,
Acolhe as cores dos desacatos.

Aprender a dança do não saber de cor,
É o cume sutil que a humildade oferece.
Sentir a beleza em cada matiz de dor,
E saber que a jornada jamais fenece.

É fonte que sacia, não água que se vende,
É rio que flui, ignorando o decreto.
Luz que se acende quando o olhar compreende
O sopro da vida em cada imperfeito afeto.

Que sua busca seja o espelho da paz,
Na arte de ser ponte, não muralha de silêncio.
E que o saber maduro, que a alma satisfaz,
Seja a melodia rara do seu discernimento.

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