Esse vento tagarela
Soprando minhas saudades,
É a sinfonia da tristeza
Que me deixou a mocidade.
Tive tempos de bonança,
Tão alegres ao coração.
Tive mesmo quem me amasse
Com loucura e devoção.
Mas a vida, qual o vento,
Dos sentidos, tira tudo.
Quando passa, nada fica,
Mesmo o vento fica mudo.
E o cantar que extasiava,
Vira pó, vira quimera.
Tudo é neve na paisagem,
Quando nada mais se espera.
Reinaldo Bressani - Cadeira nº 15 da ACL